Quem é Marinês? Diante da pergunta, surge um sorriso largo da jovem careca. “Sou mãe”. Com uniforme ou sem uniforme, ela destaca que é o amor que une a família às causas sociais. Casou-se com Elízio em 1991. “E sempre teve uma bicicleta no meio”, sorri trocando olhares com o marido. Na época, trabalhava em um carrinho de cachorro-quente na Praça Rui Barbosa. Elízio era seu cliente mais fiel. Quando se conheceram cada um já tinha um filho de seus primeiros casamentos: Marinês é mãe de Patrícia; Elízio é pai de Henzo. Além de Germano e Hernani, eles são os pais de Julia, de 20 anos. Marinês também já é avó de duas netinhas. “Somos uma família comum”.
Quando ela resolveu cortar o cabelo, foi um susto na vizinhança. “Todos diziam que eu estava doente. Primeiro foram os buchichos, depois vieram perguntar.” A saúde vai bem, garante ela. O que ela quer é sensibilizar as pessoas para a causa que a família vive propagando há cinco anos. “Quando tiro o capacete causa um impacto”, diz ela. E tem surtido efeito. Quando lhe param no mercado, por exemplo, e ela conta o que faz, aproveita para fazer o seu discurso.
O público que se aproxima é eclético: crianças, jovens, adultos e idosos. No início, as pessoas ficam surpresas por encontrar um casal e duas crianças vestidos em um camisetão amarelo, mas vão chegando e buscando saber mais. “Há muita falta de informação sobre a doação de sangue e medula óssea”, afirma Elizio. Para isso, eles buscam orientar, acima de tudo, e encaminhar para os centros de coleta.