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 | Cesar Machado/Especial para a Gazeta do Povo
| Foto: Cesar Machado/Especial para a Gazeta do Povo

A interdição provocada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (5) na BR-277, entrocamento com a BR-473, que liga a região Sul do Paraná, só foi aliviada por uma decisão, no final da tarde, de liberar a passagem de veículos no sistema ‘pare e siga’. As duas rodovias estão fechadas em Nova Laranjeiras, no Centro-Sul do estado. Segundo o MST, são quatro mil pessoas que estão no local. Já a Polícia Rodoviária Federal (PRF) avalia em duas mil.

Incra tenta negociar desocupação de rodovia

O superintendente do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes, e o secretário para Assuntos Fundiários do governo do estado, Hamilton Seriguelli, deixaram Curitiba na tarde desta segunda-feira (5) em direção a Laranjeiras do Sul para tentar negociar a desobstrução das BRs-277 e 473, em Nova Laranjeiras. Eles devem se encontrar com integrantes do movimento no local onde acontece o bloqueio.

A concessionária Ecocataratas, que administra a BR-277 no trecho que teve o tráfego interrompido, informou que entrou na Justiça pedindo a liberação da pista imediatamente. Por volta das 17 horas havia sete quilômetros de congestionamento, segundo a Ecocataratas. A fila só não era maior porque muitos motoristas, principalmente de carros de passeio, desistiram da viagem e retornaram para suas cidades.

Para impedir a circulação de veículos, os sem-terra montaram barracas sobre a pista e prometem não deixar o local enquanto não tiverem suas reivindicações atendidas. A fila na BR-277 chegou a 10 quilômetros. A mobilização segue por tempo indeterminado e, segundo um dos líderes do movimento, pode durar dias.

Por volta das 18h, os manifestantes que estavam no km 468 da BR-277 decidiram liberar o tráfego de veículos no esquema ‘pare e siga’, com meia hora de liberação para cada sentido. De acordo com a PRF, os manifestantes garantem que a interdição será retomada à meia-noite. Pouco depois, às 18h40, parte dos sem-terra foi até a praça de pedágio de Nova Laranjeiras e liberou as cancelas.

A coordenação regional do movimento divulgou nota sobre as reivindicações. O primeiro item da pauta é o assentamento, até o final do ano, de todas as famílias acampadas na região. O MST cobra que as áreas da empresa Araupel sejam destinadas imediatamente para os assentamentos. A nota diz ainda que o movimento vai dar um prazo, a partir de hoje, para a empresa retirar a madeira da área e não quer mais o plantio de pinus.

O MST cobra ainda a retirada da segurança armada contratada pela Araupel e que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) regularize a situação dos moradores irregulares que estão aptos a serem assentados. “As famílias que estão mobilizadas só se desmobilizarão quando forem atendidas suas reivindicações com prazos estabelecidos para solucionar os problemas que há mais de 18 anos pairam sobre nossa região”, diz a nota. O Incra informou que vem trabalhando a pauta “assiduamente para obtenção de áreas no estado”. Segundo o órgão, o alto custo da terra no Paraná e o elevado índice de produtividade das áreas são os grandes desafios para a obtenção de novas áreas para assentamento de famílias.

A PRF tenta negociar com os manifestantes para que deixem a área, mas até agora não houve acordo. Os sem-terra montaram barracas na rodovia e prometem passar a noite no local. Eles dizem que só desbloquearão a pista após a pauta de reivindicação ser atendida

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