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Em Curitiba, Cameron visitou o Hospital Pequeno Príncipe  para falar sobre o paraganglioma. | Arquivo Pessoal
Em Curitiba, Cameron visitou o Hospital Pequeno Príncipe para falar sobre o paraganglioma.| Foto: Arquivo Pessoal

O que você faria se começasse a perder pessoas na sua família por causa de um câncer raro? O americano Cameron Hatch, de 24 anos, decidiu cair na estrada em busca de doações para ajudar a financiar despesas de tratamento e pesquisas sobre o paraganglioma, um tumor que se desenvolve no sistema nervoso do paciente. De passagem por Curitiba na última semana, onde conheceu o Hospital Pequeno Príncipe, ele já percorreu de bicicleta 24,4 mil quilômetros desde o Alasca, nos Estados Unidos. A meta é ir até a Argentina.

A viagem de Hatch já dura quinze meses e passou por 14 países, entre eles o Canadá, México e toda a América Central. Antes de tomar a decisão de viajar pela causa, o jovem estudava para ser bombeiro e fazia trabalhos de correios e limpeza. Optou por vender o carro e uma moto para financiar a jornada. Na bagagem, ele leva poucos apetrechos, que incluem roupas e uma barraca para acampar. A cada três ou quatro dias, tenta ficar na casa de amigos que vai conhecendo pelo caminho. “Procuro um lugar para dormir, com banho. Gasto muito pouco”, comenta.

O projeto pode ser acompanhado pela página “Pennies4Miles”, no Facebook. O nome da página remete a doações de centavos por milhas pedaladas. Hatch já perdeu dois familiares por conta do câncer e tem mais quatro em tratamento – uma tia e três filhos. Um deles é Cody, de 16 anos, que tem sete tumores ainda.

Ao longo do trajeto, ele tem buscado entrar em contato com alguns hospitais que atendem oncologia. A ideia é conversar com especialistas e tentar chamar a atenção para a questão do paraganglioma, além de angariar fundos. “Ninguém sabe muito a respeito desse tipo de câncer. Até os especialistas que trabalham com minha família precisam viajar de Utah para Baltimore, em Maryland”, observa. A distância entre os dois estados ultrapassa os 2 mil quilômetros.

Ele relata que chegou a ser chamado de “louco” por conhecidos quando colocou seu projeto de viagem em prática, mas não se importou. “Falavam que seria muito perigoso viajar por esses países. Foi a primeira vez que fiz uma viagem assim, não era nem ciclista”, recorda. A experiência, no entanto, tem sido positiva, avalia. “Tenho conhecido pessoas boas, que me convidam para ficar na casa delas, e novas culturas e idiomas”, define.

A caminho de Foz do Iguaçu, ele calcula que a jornada deva terminar dentro de um mês em Ushuaia, na Argentina. Após isso, pretende voltar ao Brasil para uma nova estadia.

Doações para ajudar nas despesas e tratamentos da família de Hatch podem ser feitas através do site www.gofundme.com/oynkvg.

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