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Operação Jaguar

Caça ilegal de onças no Brasil leva oito à prisão

Pele de onça-pintada é apreendida pela Polícia Federal durante operação de combate à caça no Pantanal: US$ 1.500 por safári | Daniel Derevecki / Gazeta do Povo
Pele de onça-pintada é apreendida pela Polícia Federal durante operação de combate à caça no Pantanal: US$ 1.500 por safári (Foto: Daniel Derevecki / Gazeta do Povo)

Cascavel - Um suposto esquema de abate clandestino de animais de grande porte – principalmente onças – no Pantanal, Amazônia e outras regiões brasileiras foi desarticulado, ontem, por uma ação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu­­rais Renováveis (Ibama). Oito suspeitos foram detidos em flagrante na Operação Jaguar (quatro argentinos, três brasileiros e um paraguaio). Outras cinco pessoas ainda são procuradas. Ao todo, foram cumpridos 21 mandados em cidades do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. O grupo preso em flagrante tentava caçar em Sinop (MT). Entre os presos está o dentista Eliseu Augusto Sicoli, de Cascavel. Ele é apontado pela polícia como o chefe do esquema, acusado de ser o responsável por organizar safáris e levar caçadores até a região. O preço pago pelos "turistas" chegava a US$ 1,5 mil (cerca de R$ 2,6 mil). Na mesma ação foi preso Marco Antônio Moraes de Melo, filho de Antônio Teodoro de Melo Neto, o Tonho da Onça, considerado um dos maiores caçadores de felinos do Brasil e também procurado pela polícia. No Paraná, os policiais cumpriram mandados em Curitiba, Cascavel e Corbélia, no Oeste do estado. Segundo o delegado Algacir Mikalovski, nas duas residências averiguadas no interior foram encontradas 25 armas de caça, munições e fotos de animais mortos, além de cabeças e couro de animais empalhados. As investigações começaram no ano passado, depois que carcaças de onças foram encontradas em algumas fazendas da região e do sumiço de felinos que eram monitorados pelo Ibama. De acordo com a polícia, os caçadores chegam ao Pantanal por meio de aviões particulares. Além do transporte, seria oferecido aos turistas armamento, cães e mateiros especializados. Depois de tirar fotos dos animais abatidos, os caçadores destroem as carcaças. "Fotos e algumas cabeças empalhadas seriam os ‘troféus’ levados para as residências de empresários aqui do Brasil e do exterior", diz Mikalovski. Estima-se que pelo menos 28 onças foram mortas no ano passado. Os suspeitos serão indiciados com base na Lei de Crimes Ambientais, como perseguir, caçar ou matar animais da fauna silvestre sem permissão (pena varia entre seis meses e um ano), por porte ilegal de arma de fogo (pena prevista é de um até quatro anos de reclusão) e formação de quadrilha (pena entre um e três anos).

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