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Ciclovias são raridade na Região Metropolitana de Curitiba

Camila Rehbein reclama da falta de rotas por ciclovias em São José dos Pinhais. Saída, arriscada, é disputar espaços com os automóveis. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Camila Rehbein reclama da falta de rotas por ciclovias em São José dos Pinhais. Saída, arriscada, é disputar espaços com os automóveis. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Se os ciclistas de Curitiba pedem mais rotas para o modal na capital, os que circulam nas principais cidades da Região Metropolitana sequer contam com estrutura para trafegar, e precisam disputar espaço com pedestres e veículos automotores. A Gazeta do Povo fez um levantamento com os oito maiores municípios da região e constatou que apenas quatro possuem ciclovias, mas em pequenas extensões. Duas delas não têm sequer um quilômetro e as outras duas contam com calçada compartilhada.

As oito maiores cidades da RMC - São José dos Pinhais, Colombo, Araucária, Pinhais, Campo Largo, Almirante Tamandaré, Piraquara e Fazenda Rio Grande - concentram 1,2 milhão de habitantes, segundo o IBGE, e 640 mil veículos, conforme dados do Detran-PR. Ao todo, essas cidades possuem apenas 20 quilômetros de ciclovias e outros 51 quilômetros de calçadas compartilhadas – espaços em que tanto pedestres quanto ciclistas frequentam.

O coordenador de projetos da Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (Cicloiguaçu), Luís Patrício, critica a falta de ligações por ciclovias tanto dentro dos municípios como entre eles e dessas cidades com Curitiba. “Essas ligações não são adequadas. Como via de ligação são usadas calçadas compartilhadas. Faltam sinalizações e não há uma continuidade de uma cidade para outra”, diz. Ainda segundo ele, as ciclovias nessas cidades ainda são vistas mais com caráter de lazer do que mobilidade urbana.

Falta estrutura

Ciclistas ouvidos pela reportagem dizem que, além da falta de estrutura, há problemas com a ausência de sinalização. A jornalista Camila Rehbein mora em São José dos Pinhais e já trabalhou no município. Ela percorria uma distância de dois quilômetros, entre os bairros Aristocrata e Pedro Moro, próximos ao Centro, e não encontrava rotas por ciclovias. “Os veículos em São José não respeitam distância e dá medo quando nos deparamos com um ônibus”, ressalta. Em algumas ruas, como as calçadas são boas, Camila transitava por elas, mas “assim os motoristas respeitam menos”, critica.

Para o funcionário público do município de Pinhais, Josué Valério, o poder público da cidade peca ao investir no asfaltamento das ruas sem notar a necessidade de incluir o modal cicloviário nas vias. “As coisas devem caminhar juntas”, diz. Ele faz um trajeto de cinco quilômetros entre o bairro Jardim Amélia e o centro da cidade, boa parte por meio da Rodovia João Leopoldo Jacomel, mas não encontra ciclovias. Valério diz que a única via de Pinhais com mobilidade para bicicletas é a Avenida Ayrton Senna.

O ciclista espera, com a reforma na João Leopoldo Jacomel, estruturas mais adequadas para o modal entre Pinhais e Curitiba. A rodovia passa por duplicação e revitalização no município e em Piraquara e receberá 14 quilômetros de ciclovias. Para ele, o ideal seria a continuidade da ciclovia na Avenida Victor Ferreira do Amaral, em Curitiba.

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