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Até 2030

Cidades grandes do Paraná ficarão ainda maiores e as pequenas, menores

Calçadão da Rua XV em Curitiba: capital e região metropolitana continuarão a crescer. Parte dos novos moradores tende a vir de municípios com menos de 10 mil habitantes, que devem perder 9% da população. | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Calçadão da Rua XV em Curitiba: capital e região metropolitana continuarão a crescer. Parte dos novos moradores tende a vir de municípios com menos de 10 mil habitantes, que devem perder 9% da população. (Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo)

Mantidas as tendências dos últimos anos, em 2030 a população do Paraná estará ainda mais concentrada nos três grandes polos do estado – Curitiba, Londrina e Maringá –, ao mesmo tempo em que ocorre o esvaziamento da maioria dos municípios pequenos. Nas três principais aglomerações populacionais, viverão 5,3 milhões de pessoas, ou 44% do total estadual. Isso representa um acréscimo de 1 milhão em relação ao registrado no censo de 2010 pelo IBGE.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), com base nos dados do IBGE. O estudo leva em conta a taxa de fecundidade e mortalidade da população e os fluxos migratórios. O dado mais recente do censo indica que os “arranjos populacionais” respondiam por 40,7% da população do estado em 2010. Os arranjos representam as áreas mais integradas das regiões metropolitanas. Os de Curitiba, Londrina e Maringá contam com 18, 4 e 9 cidades respectivamente, segundo o Ipardes.

As projeções indicam ainda que, em 2016, a população paranaense chegará a 11,2 milhões e, em 2030, a 12 milhões. Mas em 231 dos 399 municípios haverá perda populacional no período. O diretor de pesquisas do Ipardes, Daniel Nojima, ressalta que apesar da redução nos pequenos municípios, estes continuarão abrigando uma grande parcela dos paranaenses. Cidades com até 20 mil habitantes somarão, no total, 2,3 milhões de pessoas, ou 20% da população. “Embora estejam perdendo representatividade, esse contingente ainda necessitará de atenção do poder público”, diz.

Dos 20 municípios com população acima de 100 mil estimada para 2016, a projeção é que todos tenham ganho populacional, com exceção de Foz do Iguaçu. Segundo o Ipardes, os 259,6 mil moradores projetados para ano que vem se reduzirão a 240,4 mil em 2030 (leia mais ao lado).

Nojima destaca que as tendências podem não se concretizar. “Pode haver mudanças de trajetória no meio do caminho. Se algum município pequeno receber um investimento grande, por exemplo, isso alterará o processo migratório”, explica. A professora do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Ângela Maria Endlich acrescenta que índices muito altos de variação populacional talvez não se repitam com a mesma intensidade, ainda que a mesma inclinação persista.

Segundo Ângela, a redução populacional é um fenômeno que ocorre em todo o Brasil e em outros países, em áreas não metropolitanas, especialmente as polarizadas por pequenas localidades urbanas em espaços com expressiva concentração fundiária e atividades econômicas com uso pouco intensivo de trabalho.

A presença de empresas que usam mão de obra intensiva está justamente por trás dos maiores incrementos populacionais observados recentemente no Paraná. Tunas do Paraná, Pontal do Paraná, Mauá da Serra, Itaipulândia e Cafelândia foram as cidades que mais cresceram entre 2010 e 2015. O Ipardes manteve essa tendência até 2030.

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