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O Engenho Tibagi do barão do Serro Azul, em foto de 1885. O terreno em primeiro plano, que aparece com erosões, é a atualPracinha do Batel | Arquivo Cid Destefani
O Engenho Tibagi do barão do Serro Azul, em foto de 1885. O terreno em primeiro plano, que aparece com erosões, é a atualPracinha do Batel| Foto: Arquivo Cid Destefani
  • Engenho Tibagi em foto de 1910, agora já pertencente à família Fontana. Na ocasião, um carregamento de mate para exportação feito em bondes de mulas
  • Engenho Iguaçu, na Avenida do Batel esquina com Rua Bento Viana, modernizado pelo barão. Na época, já pertencia à firma do uruguaio B.R. de Azevedo em sociedade com Edgard Linhares. Imagem da década de 1930
  • A Ervateira Americana, pertencente ao industrial David da Silva Carneiro, localizava-se nas esquinas das ruas Comendador Araújo com Brigadeiro Franco. Foto de 1916
  • Barricas de pinho, para exportação de erva-mate, sendo descarregadas na Ervateira Americana. Foto de 1916

Na semana que passou, vários leitores entraram em contato com a editoria desta página, em razão de ter sido anotado que está para sair um livro sobre o bairro do Batel, de autoria deste editor. A maioria lembrando detalhes daquela região de Curitiba através dos tempos. Tal interesse em ajudar, participando do levantamento sobre os acontecimentos ali ocorridos, é extremamente bem-vindo e as colaborações podem ser enviadas ao e-mail que está no topo da página.

O bairro do Batel, como já é sabido, surgiu pelo desejo de um alfaiate que engendrou uma marujada (festividade folclórica oriunda de Portugal). Segundo consta, o sucesso foi tão grande, na Curitiba do início do século 19, que o promotor da festa resolveu apresentá-la na vizinha cidade de São José dos Pinhais. Ao transportar o seu batel em cima de um carro de bois, o mesmo tombou e quebrou na região hoje conhecida popularmente como a Pracinha do Batel. O ilustre festeiro abandonou ali – talvez desacorçoado pela frustração de seu intento – o batel da festividade, o qual viria dar nome ao bairro mais badalado da cidade.

A região valorizou-se com o surgimento da indústria de erva-mate, ainda no século 19. A grande figura que colocou Curitiba como a principal beneficiada pela economia do mate foi, sem dúvida, Ildefonso Pereira Correia, que, pelo fato, veio a ser o barão do Serro Azul. Modernizou um pequeno engenho já existente, o Engenho Iguaçu, construindo em seguida o Engenho Tibagi, exatamente frontal à atual Pracinha do Batel.

Após o assassinato do barão, em maio de 1894, surgiram mais dois engenhos de mate no Batel. O Santa Graça, de propriedade de Manoel de Macedo e localizado onde hoje é a esquina da Rua Coronel Dulcídio com a Benjamin Lins, e mais a Ervateira Americana, de propriedade de David da Silva Carneiro – esse último trabalhou com o barão.

O Engenho Tibagi foi vendido pela viúva, Maria José Correia (a Baronesa), aos herdeiros de Francisco Fasce Fontana e mais tarde transferido à indústria Leão Junior. A região do Batel que pertenceu ao barão do Serro Azul, onde também estava instalada a sua formidável chácara, os curitibanos a denominavam, durante muito tempo, como A Chácara da Baronesa e, ainda hoje, as propriedades ali existentes têm como primeiro registro o nome de Planta da Baronesa.

Entre 1870 e 1940, o bairro do Batel teve o seu desenvolvimento lastreado na indústria da erva-mate, cujo maior produtor do mundo foi Ildefonso Pereira Correia, assim como o maior exportador do Paraná.

O livro sobre o bairro do Batel trará maiores detalhes sobre a economia que desenvolveu o espaço mais disputado e valorizado de Curitiba, isso sem deixar de valorizar o lado humano que ocupou aquela região desde o seu surgimento, há mais de 160 anos. Se o amigo leitor tem alguma história curiosa da vida do Batel e quiser colaborar favor enviar para Cid.Destefani.Fotos@Gmail.Com, pelo que ficaremos gratos. Vamos às fotos de alguns engenhos de mate do Batel:

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