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pena de morte

Corpo de paranaense executado na Indonésia é enterrado em Curitiba

Família acompanha o enterro de Rodrigo Gularte, em Curitiba | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Família acompanha o enterro de Rodrigo Gularte, em Curitiba (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Ao som de violino que reproduzia a música “My way”, de Frank Sinatra, o corpo do paranaense Rodrigo Gularte, fuzilado na Indonésia na última terça-feira (28), foi enterrado neste domingo (3), por volta das 15h15, em Curitiba.

Cerca de 200 pessoas acompanharam o enterro, entre familiares, amigos e curiosos. A emoção foi grande na saída do caixão. Parentes vestidos de preto choraram copiosamente quando ele foi levado em um carro fúnebre para a área de sepultamento.

De preto, familiares acompanham a saída do caixão de Rodrigo Gularte | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

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De preto, familiares acompanham a saída do caixão de Rodrigo Gularte

O violinista tocou a canção “My way”, de Frank Sinatra, durante o enterro | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

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O violinista tocou a canção “My way”, de Frank Sinatra, durante o enterro

Cerca de 200 pessoas prestaram última homenagem a Gularte | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

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Cerca de 200 pessoas prestaram última homenagem a Gularte

Coroa de flores de Angelita Muxfeldt, a prima que acompanhou os últimos momentos de Gularte no país asiático | Amanda Audi/Gazeta do Povo

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Coroa de flores de Angelita Muxfeldt, a prima que acompanhou os últimos momentos de Gularte no país asiático

Quando o caixão foi baixado, familiares e amigos entoaram um pai-nosso | Amanda Audi/Gazeta do Povo

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Quando o caixão foi baixado, familiares e amigos entoaram um pai-nosso

A expectativa era de o enterro ocorrer apenas às 16h, mas foi antecipado em uma hora à pedido da família, que estava muito abalada. Um funcionário do cemitério afirmou que o corpo estava entrando em estágio de decomposição causado por problemas durante o translado.

Inconsolável, a mãe de Gularte, Clarisse, chorava alto ao lado do padre realizava o sermão. Antes de baixar o caixão, foram rezados dois pais-nossos e uma ave-maria.

O velório acontecia no cemitério Parque Iguaçu desde às 6h da manhã. No local, pelo menos meia dúzia de coroas de flores foram colocadas por parentes para prestar a última homenagem a Gularte.

O corpo do paranaense chegou na noite deste sábado (2) a São Paulo. De lá, foi trazido de carro para Curitiba, onde chegou por volta das 2 horas.

Designado como porta-voz da família, que não quis falar à imprensa, o advogado Cleverson Marinho Teixeira fez críticas à aplicação da pena de morte e disse que a família entende a execução como uma “medida desproporcional”.

“A família reconhece o erro do Rodrigo. Mas não consegue entender a questão da pena de morte, o desprezo pela condição dele de doente [laudos apontam que Gularte era esquizofrênico]. Há um sentimento de muita injustiça”, disse.

O advogado disse ainda que a família continuará a buscar respostas pela execução. “É um ato pelo qual vão continuar lutando”.

Durante toda a manhã, a movimentação foi grande no cemitério Parque do Iguaçu. A entrada e saída de pessoas no local foi mais intensa entre 11 e 13 horas. Por volta das 11h, houve uma celebração religiosa na capela onde o corpo do paranaense estava sendo velado. Pouco depois das 14h houve uma segunda missa, encerrada com uma sonora salva de palmas dos presentes.

Morte

Gularte, que tinha 42 anos, foi morto por fuzilamento na semana passada na Indonésia. Ele havia sido condenado à pena de morte em 2005, após ser preso e julgado por ter entrado no país carregando seis quilos de cocaína em pranchas de surfe.

Familiares que acompanharam o caso no país asiático cremariam o corpo de Gularte ainda na Indonésia, mas o paranaense pediu para ser enterrado no Brasil. O pedido foi feito na segunda-feira (27), um dia antes da execução, à prima, Angelita Muxfeldt.

Rodrigo Gularte foi o segundo cidadão brasileiro a ser executado na Indonésia neste ano. Também foi fuzilado Marco Archer, em janeiro, condenado igualmente por tráfico de drogas.

Execução

Pelo protocolo de execução, Rodrigo ficou preso a uma estaca com as mãos amarradas para trás. Ainda não se sabe se escolheu ficar em pé, ajoelhado ou sentado ou se pediu para não ser vendado. Ele vestia uma camiseta branca com um “X” preto na altura do peito, para facilitar a mira dos atiradores – são doze em cada pelotão de fuzilamento.

O padre Charlie Burrows esteve com Gularte minutos antes da execução, a pedido da família e do próprio condenado. Depois do conforto espiritual, os atiradores recebem de um oficial do pelotão uma ordem – por meio de um sinal de apito – para preparar seus fuzis.

À meia-noite (horário local), horário marcado para a execução, um grupo de parentes e amigos também cantou hinos religiosos durante uma vigília no porto de Cilacap, ponto de saída para a prisão da ilha de Nusakambangan. Depois das execuções, familiares se abraçaram, aos prantos. Angelita também não conteve as lágrimas e teve de ser consolada por Burrows.

Além do brasileiro, foram executados dois australianos, quatro nigerianos e um indonésio. Os condenados se recusaram a usar vendas e cantaram músicas religiosas, incluindo o hino cristão inglês Amazing Grace, quando foram levados para o local da execução.

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