O número de casos de dengue cresceu 162% neste ano em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Ministério da Saúde. Do início de janeiro até dia 7 de março, o país registrou 224 mil casos da doença, contra 85 mil no mesmo período de 2014.
O avanço ocorre fora do período considerado de maior incidência da doença, entre março e maio – o que deve elevar ainda mais o número de casos nos próximos meses.
Hoje, a região que lidera o ranking de registros é o Sudeste, com 145 mil casos da doença registrados até a última semana. Em 2014, se observado o mesmo período, eram 37 mil.
O aumento é ainda maior em São Paulo, estado que concentra 55% dos registros de dengue no país. Desde o início de janeiro, já foram identificados 123.738 casos de dengue, contra 15.605 no mesmo período do ano anterior, o que corresponde a um crescimento de 692%.
Enquanto o Brasil teve redução de 32% no número de mortes causados pela dengue, em São Paulo esse número cresceu: passou de nove, total registrado no início de 2014, para 35 neste ano.
Outros estados que também vivem o avanço da dengue são Goiás, com 26 mil casos, e Acre, com 5.494, de acordo com o balanço. No Paraná, entre agosto de 2014 e o fim de fevereiro deste ano, foram registrados 1.798 casos confirmados da doença.
Falta d’água
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, diz que “alterações climáticas”, a crise no abastecimento de água e o início da transmissão em cidades que não tinham registros anteriores da doença podem ter colaborado para o aumento no número de casos no país. “A falta de água em muitas regiões fez com que muitas pessoas armazenassem água sem proteção, o que aumenta a infestação do mosquito”, explica.
Além disso, alguns municípios também podem ter falhado nas ações de prevenção. “Não houve prevenção suficiente para que se pudesse eliminar os criadouros e ter um resultado mais adequado. As autoridades que fazem a lição de casa acabam tendo melhores resultados.”
Chioro diz ainda que não é possível descartar o risco de uma epidemia da doença, como ocorreu em 2013. “Não é possível de antemão afirmar que não teremos [uma epidemia]. Mas, no monitoramento semana a semana, não temos hoje o mesmo comportamento observado em 2013”, afirma. “O que temos é uma previsão de um aumento no número de casos que deve persistir até maio. Esse aumento será maior ou menor dependendo da resposta que conseguirmos fazer.”
Cidades em risco
Um levantamento sobre os focos de infestação do mosquito transmissor da dengue, divulgado também nesta quinta-feira (12), mostra os municípios com maior situação de risco para a doença.
De 1.844 municípios analisados, 340 tinham focos do mosquito e criadouros em índice superior ao permitido e apresentam risco de epidemia pela dengue.
Outras 877 cidades têm índice médio e, com isso, estão em situação de alerta. Entram nesta lista 18 capitais do país, como São Paulo, por exemplo. Por outro lado, apenas 627 municípios do total analisado tinham índices satisfatórios.
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