Apesar de negar que o governo federal tenha recusado socorro ao sistema penitenciário de Roraima, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, não atendeu pedido da governadora do estado especificamente para as prisões, há pouco mais de um mês. Nesta sexta-feira (6), mais de 30 presos foram mortos de forma brutal na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, quatro dias após outro massacre carcerário em Manaus, em que morreram 60 detentos.
Em 21 de novembro, a governadora de Roraima, Suely Campos (PP), enviou ofício ao ministro da Justiça em caráter de urgência, solicitando “apoio do Governo Federal, bem como da Força Nacional” para os presídios do estado. Ela alegou ainda “grande clima de tensão”, e solicitou 180 pistolas para o sistema penitenciário, “que se encontra deficitário”.
Moraes negou a solicitação. “Apesar do reconhecimento da importância do pedido de Vossa Excelência, infelizmente, por ora, não poderemos atender ao seu pleito”, escreveu o ministro no documento.
Entretanto, nesta sexta-feira, Moraes apresentou outra versão: disse que o pedido da governadora era somente para a segurança pública, e não para o sistema carcerário.
“Primeiro, o que foi solicitado pelo governo de Roraima foi o envio da Força Nacional para fazer segurança pública, e não o envio para o sistema penitenciário. Nós, inclusive, à época, mandamos uma comissão, e o pedido foi feito em virtude da questão da entrada maior de venezuelanos”, declarou o ministro no Palácio do Planalto.
Em nota, Planalto mostra governadora agradecida
Em nota lamentando o episódio, o segundo massacre penitenciário em quatro dias, o Palácio do Planalto ressaltou que o presidente Michel Temer (PMDB) telefonou para a governadora de Roraima e colocou “todos os meios federais” à disposição do estado. O comunicado do Planalto disse ainda que “a governadora informou que a situação já se encontra sob controle”, e que ela “agradeceu a liberação” de R$ 45 milhões do Fundo Penitenciário.