O psiquiatra e professor do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR) Dagoberto Requião avalia como “muito controversas” as políticas sobre drogas, como a que Curitiba está prestes a implantar. Ele entende que o programa despreza as eventuais recaídas, que são muito frequentes em tratamento de dependência química. O especialista considera um risco deixar os atendidos em um mesmo espaço, sem supervisão.
“É óbvio que esse hostel vai se tornar uma cracolândia. A ideia me parece um absurdo. A impressão que me dá é de que não entendem o que são 100 usuários de drogas no mesmo lugar e que acreditam que a adesão deles ao tratamento vai ser de 100%. Não vai nunca”, disse.
Requião também questiona dificuldades de se engajar a família dos dependentes no tratamento e a falta de equipe de saúde no hostel. “Em que momento a família vai ser envolvida nisso? Como vai ser algum atendimento de emergência? Quem vai levá-los aos CAPS? Estão criando um hospital, com o nome de hostel”, criticou.
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