Para não errar
Confira três dicas da psicóloga Carolina Walger que ajudam a escolher a profissão com mais segurança:
Autoconhecimento
"Quem eu sou e do que eu gosto?" Essas perguntas devem ser respondidas pelo candidato e só por ele antes da inscrição no vestibular. Não se deve escolher uma profissão apenas porque se gosta de uma matéria, nem porque a profissão parece atraente, está na moda ou é a opção de amigos ou familiares. Também não vale escolher uma ocupação que exigirá atividades que o candidato não aprecia: se a pessoa não gosta de ler, não adianta escolher Letras, ou Matemática, se não gosta de cálculos.
Pesquisa
É preciso se informar sobre a profissão. Não vale apenas ler sobre ela em guias de estudantes ou ver palestras de profissionais empolgados. O recomendado é entrevistar mais de um profissional da área sobre os aspectos positivos e negativos da profissão e, se possível, acompanhá-los durante um dia para conhecer sua rotina.
Mercado de trabalho
A escolha de uma profissão deve ser guiada pela ideologia e os sonhos de cada um, mas não só por isso. Conhecer as chances de trabalho, a necessidade de especialização e os salários é igualmente importante. O salário não é o principal fator para motivar a escolha, mas também deve ser levado em conta.
Aluno deve entrar em contato com a profissão
Aulas mais expositivas, ainda durante o ensino médio, que coloquem o aluno em contato com sua futura profissão, e principalmente que tirem dúvidas sobre aptidões e perfis que o curso e o mercado irão cobrar mais tarde. Para educadores, esses são alguns dos segredos para evitar o famoso bordão "não me identifiquei com o curso", uma das principais razões apresentadas por quem disse adeus à universidade antes do tempo.
Imaturidade leva à escolha errada
Elencar as causas do abandono no ensino superior não é uma tarefa tão simples quanto se imagina. São várias e podem ter maior ou menor peso se a instituição for pública ou privada. Quando o foco é universidade pública, a escolha equivocada da graduação é apontada como o principal fator pela professora Maria Amélia Sabbag Zainko, pró-reitora de graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O Paraná desperdiçou mais de meio bilhão de reais (R$ 568 milhões), somente em 2009, com a evasão nas instituições de ensino superior do estado. Esse foi o valor gasto com os 56.837 estudantes que abandonaram a universidade tanto pública quanto privada naquele ano. O número representa uma taxa de evasão de 20,9% a maior desde 2003, quando o controle começou a ser feito. Em 2008, 44.933 estudantes deixaram as universidades paranaenses e a taxa de evadidos ficou em 17,1%.
Para se ter noção do que representam os R$ 568 milhões, basta dizer que em 2009, ano do levantamento, o orçamento executado pela Universidade Federal do Paraná (o terceiro maior do estado, atrás apenas do governo estadual e da prefeitura de Curitiba) foi de R$ 706 milhões. O dinheiro chegou a ser empregado para se criar e manter as vagas, mas acabou sendo jogado fora com o abandono dos universitários.
Os dados fazem parte de um estudo feito com exclusividade para a Gazeta do Povo pelo pesquisador Oscar Hipólito, do Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educação, da Ciência e da Tecnologia, com sede em São Paulo. O levantamento foi elaborado com base nos números do Censo do Ensino Superior, divulgados pelo Ministério da Educação em janeiro.
Em 2009, o índice de evasão foi pressionado pelo número de estudantes que deixaram as instituições públicas de ensino superior do estado, que dobrou no período. O número de estudantes que deixaram os bancos das faculdades públicas passou de 7.951 em 2008, o correspondente a 8,8%, para 16.333 no ano seguinte, ou 17,5%. A taxa nas instituições públicas ficou bem acima da média observada desde 2003, que é de 10,7% (veja o infográfico).
Considerando apenas as universidades particulares, o porcentual de desistência, que já era alto, também apresentou avanço de um ano para outro: passou de 21,4%, ou 36.982 alunos, para 22,6%, 40.504 alunos.Exclusivamente com as instituições públicas do estado o prejuízo provocado pela evasão foi de pelo menos R$ 163 milhões. Esse cálculo leva em consideração o custo anual de um universitário, que na escola pública é de R$ 15 mil e na privada, R$ 9 mil. Fazendo uma média, e considerando que há mais estudantes na universidade paga, chega-se a esse cálculo. Mas o desperdício, segundo o professor Hipólito, seria bem maior se fossem considerados outros custos, como o de deslocamento e alimentação dos estudantes.
Quadro nacional
A evasão média do Paraná coincide com a taxa estimada para o Brasil: 20,9%. No país, os dados do censo mostram que, de 2008 para 2009, um total de 896.455 estudantes abandonaram a universidade. Quando se faz o recorte apenas da situação nas universidades públicas, a taxa do Paraná em 2009 fica bem acima da média nacional: no país, o porcentual de abandono foi de 10,5% (114.173 estudantes) contra de 17,5% no estado. Entre as particulares, o índice nacional é um pouco mais elevado, ficando em 24,5%, o que equivale a 782.282 alunos. Já as perdas financeiras do país com a evasão chegam a R$ 9 bilhões, segundo o Instituto Lobo.
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