Lançada em vários países europeus como forma de evitar o desperdício de alimentos, a geladeira coletiva está se proliferando no Brasil, com o objetivo também de ajudar as pessoas mais pobres. Na maioria das situações, ações individuais e de voluntários mantêm o eletrodoméstico em calçadas, permitindo a doação e retirada de comida 24 horas por dia.
Há iniciativas em Porto Alegre, Goiânia, Sorocaba, Taubaté, Joinville e Salvador. No Paraná, o projeto que já ganhou visibilidade é o de Foz do Iguaçu, em uma parceria entre a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e a Secretaria Municipal de Ação Social.
A geladeira foi instalada em dezembro de 2015. “O objetivo principal é evitar o desperdício de alimento, então fica disponível para pobres, ricos, quem quiser. Há uma estimativa mundial de que 15% do alimento elaborado é jogado no lixo, mesmo estando bom para o consumo”, explica Carmen Gamarra, professora de Saúde Coletiva da Unila e uma das coordenadoras do projeto.
A geladeira foi comprada com dinheiro de rifa vendido por alunos. Inicialmente, o projeto tinha o apoio de uma rede de supermercados, que doava alimentos que estavam perto da data de validade. Mas o estabelecimento foi à falência, conta Carmen, e agora os alunos e participantes do projeto estão buscando outro patrocínio. “Há muitos voluntários que levam comida, mas logo alguém pega. Nossa intenção é que ela fique mais cheia, por isso estamos correndo atrás de outro mercado que ajude”, conta Carmen.
A iniciativa tem sido bem aceita na comunidade. Como a geladeira de Foz fica ao lado da Secretaria de Ação Social, acaba ajudando pessoas mais pobres. “É um bom projeto, tem funcionado bem, não há bagunça nem desperdício” conta Luciano Ferreira, que trabalha bem próximo ao local, no Provopar. “Quando há cursos de panificação do Provopar os alunos levam os alimentos ali, mas vemos muitas frutas, iogurte, comida que sobra em casa”, diz.
Segundo Carmen, há intenção de replicar o projeto em outros pontos de Foz do Iguaçu. A próxima instalação deve ocorrer dentro da própria Unila. Muitas pessoas colocam frutas, iogurte e mesmo água. Em todas as iniciativas do Brasil, adesivos colados nas geladeiras ditam as regras: não colocar alimentos vencidos, estragados ou carne crua, por exemplo.
França
Em fevereiro deste ano, a França se tornou o primeiro país a aprovar uma lei que pune supermercados que jogam fora alimentos que ainda estão dentro da data de validade. O alvo são grandes redes, e a multa por descumprimento é de 3,7 mil euros. A intenção é aumentar o volume de doações de comida aos mais necessitados. A lei foi inspirada na iniciativa de coleta de alimentos em mercados em um subúrbio de Paris, comandada pelo conselheiro municipal Arash Derambarsh. Ele está liderando uma campanha para a lei francesa ser replicada em outros países.
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