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Festeja

Grupo faz arrastão em festival sertanejo em Curitiba

Festival sertanejo foi realizado no BioParque, em Curitiba. | Maiara e Maraisa Oficial/Divulgação
Festival sertanejo foi realizado no BioParque, em Curitiba. (Foto: Maiara e Maraisa Oficial/Divulgação)

Cerca de 480 pessoas tiveram celulares, carteiras, óculos e outros pertences furtados durante o festival de música sertaneja Festeja, realizado no último sábado (5) no BioParque, em Curitiba. Os furtos aconteceram dentro do camarote WS, onde os ingressos chegavam a custar R$ 400.

Neste domingo (6), o caso gerou muitas denúncias e reclamações nas redes sociais, além de ter congestionado o atendimento no Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão da Polícia Civil, no Portão. O movimento foi tão grande que a orientação dos policiais era para que as vítimas registrassem o boletim de ocorrência pela internet.

A principal queixa de quem teve os bens furtados era em relação à omissão dos seguranças e organizadores do evento. “Fui conversar com os seguranças e eles chegaram a me dizer que isso é normal”, relatou o estudante Mateus Nogueira, que teve o celular furtado.

O estudante Gustavo Leme também teve seu celular furtado. Segundo ele, pessoas saíam com mochilas carregadas de dentro da festa e, mesmo a segurança sabendo do que estava ocorrendo no camarote, ninguém era revistado. “A segurança chegou a falar para eu ficar na portaria e fazer as revistas”, afirma.

Modo de agir

Segundo relatos das vítimas, os furtos pareceram ter sido cometidos por um grupo grande e articulado. Gustavo Leme relata que, mesmo tendo sido alertado por outra pessoa sobre os incidentes, ele não conseguiu evitar a situação.

“Perto de onde eu estava começou um empurra-empurra porque alguém teria jogado água em uma mulher. Depois da confusão, três pessoas perceberam que os celulares tinham sido levados”, conta.

Além de ter o aparelho roubado, o estudante relatou que todas as suas senhas de acesso às redes sociais e e-mails foram alteradas, o que fez com que ele perdesse a sua monografia de conclusão do curso de direito, cuja versão mais atualizada estava salva no e-mail.

De acordo com outras vítimas, esse método se repetiu ao longo da noite. A maioria dos casos aconteceu entre as 20h e 22h.

Outra vítima, que preferiu não se identificar, contou que depois de ter levado uma trombada de duas pessoas, percebeu que não estava com o celular. Ela relatou que os assaltantes pegavam os aparelhos e logo já os repassavam para comparsas que estavam no local. Segundo ela, hoje pela manhã, ao rastrear seu celular, descobriu que o aparelho já está em uma loja em Brasília (DF). Segundo informações repassadas às vítimas pelos policiais civis do CIAC-Sul, há casos de aparelhos que já haviam chegado à Bahia na manhã deste domingo.

Repercussão

Nas redes sociais do evento e da produtora Like Entretenimento, organizadora do Festeja, há diversos relatos sobre a situação. Já há um grupo de vítimas se articulando para entrar com uma ação judicial coletiva contra os responsáveis pelo festival.

Além dos furtos, as pessoas relatam outros problemas de organização no evento, como a falta de banheiros e de estruturas que oferecessem alimentação e bebidas.

Outro lado

Representantes da Like Entretenimento, responsável pelo evento, foram procurados pela reportagem da Gazeta do Povo durante o domingo, mas não atenderam às ligações. A empresa também não se posicionou em suas redes sociais.

Já o grupo Wood’s, proprietário da marca WS, que dava nome ao camarote onde os furtos ocorreram, afirmou que não participou da organização do festival. “O evento era da Like, que comprou os direitos de uso da marca WS. Nós não temos nenhum envolvimento com o evento”, disse o presidente do grupo Charles Bonissoni.

Outros casos

Este não é o primeiro caso envolvendo um grande número de furtos no Festeja. Em julho, dois homens foram presos com 32 aparelhos furtados na edição brasiliense do festival. Em outubro, na cidade de São José do Rio Preto, em São Paulo, 33 pessoas registraram boletins de ocorrência pelo mesmo motivo. O mesmo caso também foi relatado em Belo Horizonte (MG), em 2014.

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