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 | Roberto Custódio/Jornal de Londrina/Arquivo
| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina/Arquivo

Depois de 12 anos fornecendo gratuitamente água mineral à população, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) decidiu lacrar definitivamente as torneiras, fechadas provisoriamente há cerca de um mês. O fornecimento de água ao público externo foi suspenso depois que um surto de toxoplasmose foi verificado entre os funcionários do órgão, mas a decisão de não reabrir as torneiras se deu por outros motivos, segundo o diretor de Gestão de Pessoas do instituto, Adelar Motter.

“Nós temos a convicção de que nosso sistema de abastecimento sempre teve controle de qualidade. Entre as pessoas que buscavam água aqui, nunca houve nenhum caso de contaminação. Temos bastante segurança e todas as análises feitas deram resultados negativos, confirmando que nossa água tem qualidade”, afirmou Motter. “Mas existe uma série de razões: estamos em contenção de despesas e temos que nos adequar, por exigências legais, às normativas do Ministério da Saúde quanto a sistemas próprios de fornecimento de água. Sabemos que isso vai gerar questionamentos, mas temos responsabilidades e decidimos descontinuar o fornecimento.”

Há quase dois meses, o Iapar, a 17ª Regional de Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde e a Universidade Estadual de Londrina (UEL) investigam o surto de toxoplasmose no instituto e até agora não encontraram indícios do que causou o problema. Isso porque o período de incubação da toxoplasmose – o período entre o momento da infecção e a manifestação dos sintomas – pode demorar até 20 dias. “Quando começamos as análises, a água já não era a mesma, os alimentos já não eram os mesmos”, afirmou o médico veterinário da UEL, Italmar Navarro.

Segundo ele, no entanto, o trabalho para identificar a fonte de contaminação ainda não terminou. “Nossa tentativa agora é juntar todos os casos positivos e fazer um levantamento do que cada um comeu. Depois vamos cruzar os dados para tentar achar alguma resposta”, explicou Navarro.

Controlado

Foram investigadas 761 pessoas, das quais 41 tiveram resultado positivo, 522 foram descartadas e 198 ainda aguardam os resultados finais dos exames. “O surto está controlado, sem nenhuma transmissão nos últimos 20 dias. Se surgir mais algum caso nesses 198 exames, serão infecções antigas”, afirmou o chefe da Divisão de Vigilância da 17ª Regional de Saúde, José Carlos Moraes. Segundo ele, não houve registro de casos fora do Iapar.

Dos 41 casos positivos, apenas três precisaram passar por tratamento com medicamentos. “A grande maioria teve a infecção, mas não teve a doença, ou seja, não apresentou os sintomas”, explicou o médico do Iapar, Marcelo Mendonça. Segundo ele, todos os casos positivos estão sendo acompanhados e foram encaminhados para oftalmologistas, para verificar possíveis sequelas na visão. O caso que inspira mais cuidados, no entanto, é o de uma gestante infectada. “Ela está sendo acompanhada por um infecto-pediatra e um ginecologista. A criança também será acompanhada por pelo menos um ano.”

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