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Vídeo| Foto: RPC TV

O índio Tucanambá José Paraná, de 61 anos, o Tuca, um dos últimos representantes da etnia xetá, morreu ontem em Curitiba, onde estava internado no Hospital Evangélico. Vítima de derrame cerebral, ele foi hospitalizado há cerca de um mês. Seu quadro de saúde teve agravamento na última quinta-feira por conta de um aneurisma, e ele foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O corpo de Tuca será sepultado hoje, na Reserva Indígena de Mangueirinha, no Sudoeste do Paraná.

Além de Tuca, somente mais duas pessoas dominam o idioma xetá: o primo Kuen Inhaiucan, de 69 anos, que vive no Rio das Pedras, em Laranjeiras do Sul, mas está muito doente, e Aã Mokô, ou Maria Rosa Aã Xetá, moradora de uma aldeia em Marrecas dos Índios, distrito de Turvo, em Guarapuava, que fala um pouco melhor, mas não gosta de se comunicar. Ao todo existem vivos oito xetás e 91 descendentes (três de Tuca).

"O melhor da história e da língua xetá morreu ontem", lamentou o assessor especial para assuntos indígenas do governo do estado e amigo pessoal de Tuca, Edívio Batistelli. Em depoimento dado em 1999 para um grupo de trabalho, Tuca já manifestava a preocupação com a cultura xetá. "Temos que falar nossa língua, não podemos perder."

Os xetás foram a última etnia do Paraná a entrar em contato com a sociedade. Na década de 40, frentes de colonização invadiram o seu território, reduzindo-o drasticamente. Tuca foi encontrado por indigenistas e agricultores brancos catando frutas no alto de uma árvore, em meados da década de 50, na Serra dos Dourados, na região de Umuarama.

Ele foi criado por brancos, atuou como intérprete e elo entre os xetás que continuavam no mato. Mas as doenças trazidas pelos brancos, a violência dos colonizadores e o choque cultural aos poucos foram reduzindo o número de integrantes da etnia até que se chegasse à situação atual.

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