Um laudo do Instituto de Criminalística de Londrina, no Norte do Paraná, mostra que saiu da arma de um policial militar a bala que matou o mototaxista Reinaldo Brunetti, de 31 anos. Brunetti foi morto em fevereiro com um tiro disparado durante uma perseguição entre polícia e bandido. Ele ficou 37 dias internado no hospital mas acabou morrendo.
Logo após a morte de Brunetti, os policiais negaram a autoria do disparo que matou o mototaxista. Entretanto, após a análise do instituto ficou comprovada que o tiro que atingiu Brunetti saiu da arma dos policiais. Em entrevista ao Paraná TV, o chefe do Instituto de Criminalística, Daniel Felipetto, disse que quatro armas foram periciadas - duas dos PMs e as outras duas dos bandidos. "Concluímos que o projétil retirado do corpo do rapaz partiu da arma de um policial", explicou.
Os policiais envolvidos no crime continuam trabalhando normalmente. O assessor de comunicação do 5.º Batalhão de PM, tenente Ricardo Eguedes, disse que "se houve abuso ou até mesmo um ato irregular do policial ele será verificado num inquérito e o PM será colocado à disposição da Justiça a quem cabe julgar".
Para a família de Brunetti, a medida adotada pela PM não é suficiente e eles contrataram um advogado para que os policiais sejam punidos. "Eu não aceito isso. A polícia é treinada para quê? Para sair atirando na rua?", questiona indignada a mãe do rapaz, Liany Oliveira.
Outros casos
Este é apenas mais um caso envolvendo policiais militares na morte de pessoas. Em Curitiba, estão sendo investigadas a participação de PMs na morte do pedreiro Edson Elias dos Santos e do carregador Felipe Osvaldo da Guarda dos Santos, no Largo da Ordem e no Umbará, respectivamente. Os dois morreram num suposto confronto com a polícia.
Ainda há denúncias de abuso de poder de policiais contra um estudante de São José dos Pinhais, na região metropolitana. Em Colombo, também na região metropolitana, uma família foi vítima dogolpe do falso seqüestro. A surpresa foi que no celular da vítima apareceram duas ligações que partiram da central de polícia na capital. Em todos os casos, exceto o de Londrina, os policiais envolvidos estão afastados até que as investigações sejam concluídas.