Como manter uma vida saudável em cidades caóticas, onde as pessoas passam horas no trânsito, o acesso à alimentos in natura é restrito e a qualidade do ar é quase sempre ruim? Em casa, nem sempre a situação melhora. É preciso lidar com uma habitação pouco ensolarada, de isolamento térmico ruim, sistema de aquecimento nocivo à saúde e saneamento precário. Investir para mudar esses aspectos contribui para melhorar a saúde das pessoas e gera economia ao cofres públicos.
É isso que a Organização Mundial de Saúde (OMS) quer mostrar aos gestores públicos, num processo de convencimento e capacitação. A intenção é ampliar os investimentos em ações de promoção de saúde que vão além dos hospitais e dos consultórios médicos, mexem no cotidiano das cidades, mudam hábitos e condições de vida.
“Planejamos lançar um programa para capacitar os gestores do sistema de saúde para que avaliem quais políticas públicas podem melhorar a saúde das pessoas e quanto essas políticas refletem em economia para os serviços de saúde”, explica o médico Carlos Dora, coordenador do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS.
O projeto deve começar a ser desenvolvido já no ano que vem em países africanos, “os que mais sofrem com a poluição e têm menos recursos para enfrentar o problema”. Há previsão de que até o fim de 2016 chegue algo aos países mais pobres da América do Sul. A intenção é que esses estudos ajudem a nortear a tomada de decisões de organismos como o Banco Mundial.
Cidade saudável
Esse plano da OMS está dentro do conceito de cidades saudáveis.Popular nos anos 1990 e 2000, pensar em cidades saudáveis é ter ambientes urbanos que ofertem serviços e meios para que seus moradores tenham mais saúde.
As ações variam de políticas de saneamento até o incentivo à realização de feiras públicas. Tudo pensando nos impactos que cada intervenção na cidade terá para a saúde e a qualidade de vida dos habitantes locais.