Alunos e professores dos sete cursos fechados pela Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar), em dezembro último, até tentaram manter a instituição de portas abertas. Não deu certo.
Mesmo decisão judicial pela reabertura, os alunos que tentaram voltar foram obrigados a assinar um termo de ciência, de que o curso poderia fechar a qualquer instante. “Sobraram uns 20 corajosos”, conta Valdyr Perrini, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (Sinpes).
Agora, conta, os professores querem “passar a borracha” nessa história. Neste período de indecisão a respeito da reabertura dos cursos, muitos deles ficaram amarrados ao contrato com a Evangélica, e não conseguiram buscar novos empregadores.
Entre os alunos, a maioria pediu transferência para as universidades Positivo e Tuiuti. Ambas firmaram acordos e mantiveram mensalidades com preços similares aos praticados na Evangélica, para estes novos alunos.
Empresária, Ily Luna, de 27 anos, conta que até agora não sabe como vai ficar sua grade em Psicologia, na Positivo. Isto porque ficaram disciplinas por fazer, da grade do primeiro ano. Além disso, ela trocou um curso semestral por outro anual.
“A Evangélica foi minha única opção quando fiz vestibular. Eu escolhi estudar lá porque eles sempre foram referência na área da saúde, pela abordagem de Psicologia mais voltada para a comportamental, pela integração com a área da saúde”, conta.
A estudante de Surya Martins, de 28 anos, transferiu a matrícula em Medicina Veterinária para a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
“A gente tentou lutar até o fim para ficar lá na Evangélica. Mas infelizmente não deu certo. Se não tivessem tomado estas medidas de obrigar a assinar um termo de ciência, muitos alunos teriam voltado”, aposta Surya.
Saudosismo da Evangélica à parte, ambas estão felizes com suas novas instituições, e buscam construir uma carreira acadêmica novamente. Mas, não a partir do zero. Surya estaria no sexto período, e agora está no quinto. A maior parte da sua turma, que foi para a Tuiuti, conseguiu manter a grade.
Já Ily Luna não teve a mesma sorte, e ainda não sabe como vai recuperar as matérias do primeiro ano que já deveria ter cursado. Na Positivo, conta, uma turma de ex-alunos da Evangélica quer organizar grupos de estudos aprender conteúdos que se perderam na transição de grades.
Surya resume: a troca de faculdade foi uma experiência ruim e estressante; “mas também está sendo um aprendizado”.