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CASO EDENILSON

PMs acusados de sumirem com caseiro ainda não foram ouvidos pela Justiça

Edenilson está desaparecido desde  maio de 2013; família suspeita que policiais militares o mataram. | Reprodução RPCTV
Edenilson está desaparecido desde maio de 2013; família suspeita que policiais militares o mataram. (Foto: Reprodução RPCTV)

Quase dois anos após o desaparecimento do Edenilson Murillo Rodrigues, a Justiça ainda não ouviu os oito policiais responsáveis pela incursão na chácara onde o caseiro morava. Nesta semana, deverão ser ouvidas mais testemunhas de defesa dos PMs. O passo seguinte da acusação deverá incluir o pedido por novas análises em uma amostra de sangue coletada na viatura usada na noite do desaparecimento.

Não restam dúvidas de que eles [os policiais militares] estiveram na casa no dia do desaparecimento e também da presença do Edenilson no local.

Cleverson Greboggi advogado da mãe do caseiro

Segundo Cleverson Greboggi, advogado que representa Marinelsa Rodrigues, mãe de Edenilson, a defesa dos policiais arrolou mais de 50 testemunhas de comarcas espalhadas pelo estado. Estão sendo ouvidas testemunhas, por exemplo, em São José dos Pinhais, Piraquara, Curitiba e até Londrina.

“Somente depois desses depoimentos é que os PM serão ouvidos”, diz Greboggi, que também comentou o teor da argumentação da defesa. “Eles estão falando mais da conduta dos policiais na corporação antes do caso. Não restam dúvidas de que eles estiveram na casa no dia do desaparecimento e também da presença do Edenilson no local”, argumenta.

Os policiais das Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone) foram ouvidos no inquérito policial que apurou o caso. Esse inquérito, concluído em outubro de 2013, apontou indícios de crime comum na abordagem. Para a PM, os policiais não poderiam ter entrado na chácara por que não havia um mandado e eles também não teriam seguido o rito formal da corporação para registro da ocorrência. A investigação policial sustenta, porém, que não há provas de que Edenilson estivesse no local.

Já a acusação sustenta que Edenilson foi morto pelos policiais. “A mãe dele ainda tem esperanças de encontra-lo vivo, mas infelizmente todas as evidências apontam para tortura seguida de morte”, afirma Greboggi, que adiantou os próximos passados da acusação.

“O Instituto de Criminalística informou que o sangue coletado na viatura é insuficiente para comprovar se o material genético pertence a Edenilson. Mas vamos pedir que essa prova seja remetida a um laboratório de fora do estado”, afirmou o advogado.

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