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A força-tarefa da Operação Lava Jato investiga se o ex-ministro José Dirceu pagou propina para beneficiar duas empreiteiras brasileiras no Peru. A empresa de Dirceu repassou cerca de R$ 365 mil para a empresária brasileira Zaida Sisson de Castro entre janeiro de 2009 e abril de 2010. Ela é casada com Rodolfo Beltrán Bravo, político peruano que já foi ministro e, recentemente, ocupou a vice-presidência do Banco Rural do Peru. No mesmo período dos repasses, a Galvão Engenharia e a Engevix negociavam contratos com o governo peruano.

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O nome de Zaida foi mencionado em pelo menos dois depoimentos da Lava Jato. A principal suspeita dos investigadores é que a empresária tenha utilizado sua influência no alto escalão do governo peruano para beneficiar as duas construtoras. O operador Milton Pascowitch, que assinou acordo de delação premiada, contou à Justiça que conheceu Zaida em uma viagem ao Peru em meados de 2008. Além de Pascowitch e Dirceu estavam nessa viagem dois executivos da Engevix, Gerson Almada e José Antunes Sobrinho.

Pascowitch disse que o grupo se reuniu “com alguns ministros daquele país, como ‘ministro das águas’, “ministro de energia”, e com o presidente da Petroperu, equivalente à Petrobras” Zaida foi apresentada ficou encarregada, segundo a versão do operador, “de levar adiante as negociações travadas naquele país com vistas a obter contratos para a Engevix”. De acordo com a investigação, a viagem ao Peru ocorreu entre 28 e 31 de maio de 2008, segundo a investigação. A Engevix teve contratos com a JD Assessoria, empresa do ex-ministro, entre agosto de 2008 e março de 2011. O valor bruto foi de R$ 1,1 milhão.

Em 2009, Dirceu teria recomendado os serviços de Zaida para outra empresa, a Galvão Engenharia. Em julho de 2009, a empreiteira contratou a SC Consultoria, apresentada como “parceira internacional da JD Assessoria” e registrada em nome de Zaida. O contrato previa o pagamento de US$ 5 mil dólares mensais e foi encerrado no primeiro semestre de 2012. Os objetivos do contrato, segundo a empreiteira, eram “análise dos aspectos sociológicos e políticos do Peru” e a “assessoria na integração dos departamentos e províncias do Peru.

A quebra de sigilo bancário da JD Assessoria revelou que foram feitos 20 pagamentos mensais para Zaida entre janeiro de 2009 e novembro de 2011. Com valores variados, os repasses somam R$ 364.398. Nesta segunda-feira, agentes federais estiveram em um imóvel registrado no nome de Zaida na Avenida Amaral Gurgel, no centro de São Paulo para recolher documentos e computadores.

Marido de Zaida, Rodolfo Beltrán Bravo foi vice-presidente do Banco Rural do Peru entre 2006 e 2011, período em que a empresária recebeu os repasses da JD Assessoria. Próximo ao ex-presidente Alan Garcia, Bravo foi ministro da Presidência em 1989.

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