Apesar de as instituições ainda estarem em pleno funcionamento no Brasil, o cientista político da PUCPR Mário Sergio Lepre diz que há um sinal de alerta na atuação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB). Segundo Lepre, Cunha pode direcionar todo o trabalho da Câmara, impondo sua agenda política. “Aí pode ser caminho para uma crise institucional”, diz. Para o cientista político Luiz Domingos Costa, da Uninter, o posicionamento da presidente Dilma Rousseff pode frear o acirramento de uma possível crise entre os poderes. “A Dilma tem dado sinais de que negocia cada vez mais com o PMDB a agenda legislativa”, diz. Para ele, o termômetro de uma crise institucional está “quase quente” no país. “Mas isso é fruto da baixa popularidade da Dilma. Em segundo lugar, de uma disposição de um enfrentamento de poderes que partiu da Câmara dos Deputados, que não tem encontrado eco no Executivo”, explica. “O Jango [presidente deposto pelo golpe militar de 1964] foi pra cima do Congresso em 1963. Isso não está acontecendo agora”, diz Costa.
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