• Carregando...
Fernando Baiano: acordo de delação fechado dez meses depois da prisão. | Brunno Covello/Arquivo Gazeta do Povo
Fernando Baiano: acordo de delação fechado dez meses depois da prisão.| Foto: Brunno Covello/Arquivo Gazeta do Povo

Mais um acordo de delação premiada da Operação Lava Jato promete abalar as defesas de políticos citados na investigação. O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, já teria prestado quatro depoimentos na sede da Polícia Federal em Curitiba durante a semana.

Na pauta de assuntos está a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que causou prejuízo de cerca de US$ 790 milhões à Petrobras, segundo o Tribunal de Contas da União. Baiano teria intermediado pagamentos de propina para garantir a compra. Um dos indícios está no depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que disse ter recebido US$ 1,5 milhão desse esquema.

Outra denúncia que pesa sobre Baiano envolve o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspeito de receber US$ 5 milhões em propina do executivo Julio Camargo pela contratação de dois navios-sonda pela Petrobras. Em delação, Camargo disse que Baiano foi sócio oculto de Cunha. O lobista foi condenado a 16 anos de prisão neste processo.

Soares teria usado a influência que tinha com o então diretor da Petrobras Nestor Cerveró para intermediar a contratação da coreana Samsung. Cerca de US$ 40 milhões foram pagos como propina. Além de Soares, Camargo e Cerveró também foram condenados nesta ação. Alberto Youssef foi absolvido.

O processo foi desmembrado e a investigação contra Cunha corre no Supremo Tribunal Federal (STF), já que o parlamentar tem prerrogativa de foro.

Além dessas ações, Baiano responde por lavagem de dinheiro em empresas offshore na Suíça e no Uruguai. Ele é acusado de usar contas das empresas Hawk Eyes Administração de Bens e Technis Planejamento e Gestão em Negócios para lavar dinheiro de propina recebida por Cerveró. Também são réus nessa ação o empresário Oscar Algorta e Cerveró.

Histórico

Fernando Soares foi preso no dia 18 de novembro do ano passado, na deflagração da 7.ª fase da Operação Lava Jato. Ele é apontado pelo doleiro Alberto Youssef e por outros colaboradores como o operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras. No acordo de delação, ele pode confirmar a participação de políticos do partido no esquema, alguns deles já alvos de inquéritos no STF.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]