O governador Beto Richa (PSDB) afirmou na manhã desta sexta-feira (20) que tem “relações sociais” com Luiz Abi Antoun, preso na segunda-feira pelo Gaeco por suspeita de manipular contratação de empresa para manutenção de viaturas policiais. “Temos relações sociais. Mas não posso ser punido pelos erros que outras pessoas cometem”, afirmou. Richa disse, no entanto, que o parentesco entre ele e Abi é distante. “Pelo Código Civil, nem somos parentes”, disse. Luiz Abi, entretanto, sempre foi conhecido como “primo” de Richa. Porém, após a prisão dele, o governo divulgou informações afirmando que os dois são parentes distantes, em sétimo grau.
Medidas
O governo do estado fez o primeiro gesto nesta sexta-feira para não parecer que está a reboque das investigações do Gaeco. Richa assinou um despacho que será publicado em Diário Oficial determinando que sejam levantados, em 48 horas, os antecedentes criminais de todos os agentes da Receita Estadual. Segundo o texto assinado pelo governador, isso se deve ao fato de notícias darem conta de que podem ter corrupção na Receita. O texto foi enviado para a Controladoria-Geral do Estado. Nesta sexta-feira, 16 funcionários da Receita foram presos sob a suspeita de estarem recebendo propinas para facilitar a sonegação de ICMS no estado.
Além disso, o governo do Paraná anunciou que vai criar um telefone 0800 para denúncias gratuitas e anônimas de irregularidades, assim como uma página de Facebook para a mesma finalidade.
Para secretária, licitação foi legal
Dinorah Nogara declara que a documentação do processo de escolha seguiu todas as formalidades e que não tinha como saber de acordos extraoficiais
- Katia Brembatti e Diego Ribeiro
A secretária estadual de Administração, Dinorah Nogara, afirma que não tinha meios para saber sobre o suposto esquema de fraude na escolha da empresa Providence para o conserto de viaturas na região de Londrina. Ela assegura que, do ponto de vista das formalidades e legalidades, o processo licitatório estava normal. “Tenho certeza absoluta que fizemos tudo correto”, diz. Dinorah acrescenta que, se houve algo irregular, cabe à polícia e o Ministério Público apurar.
O convite às outras duas empresas – que, segundo a investigação, participaram da licitação apenas para perder – teria sido feito por indicação de integrantes da Polícia Militar. “Não fui eu que fiz a escolha”, reforça. A secretária alega que fazer o contrato emergencial era necessário já que havia expirado o prazo da empresa anterior e o novo sistema de gestão ainda não estava pronto para operar. “Não poderíamos deixar [os carros] sem manutenção.”
Sobre o fato de a Montavel (oficina que já prestava o serviço em Londrina) não ter sido chamada para a licitação emergencial, Dinorah alega que foram três motivações: várias reclamações sobre a demora e qualidade dos serviços prestados; por estar litigando contra o governo e por praticar altos preços. Na prática, estar processando o estado não impede a participação em novos contratos. E os altos preços poderiam ser derrubados na avaliação das propostas. Já as reclamações deveriam render processo administrativo e poderiam, caso fossem comprovadas, levar ao rompimento do contrato vigente.
Dinorah rechaça qualquer insinuação de houve superfaturamento nos preços praticados pela Providente, que, na prática começou a prestar o serviço em janeiro. Os gastos teriam sido 11% menores do que os praticados pela empresa anterior (R$ 298 mil para a Providence por 215 veículos consertados contra R$ 498 mil por 323 serviços – média de R$ 1.390 por carro na Providence e R$ 1. 544 na Montavel).
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