Dois grupos opostos devem dividir as ruas das capitais do Brasil nesta semana. No dia 13, manifestantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) devem protestar contra as medidas de austeridade fiscal do governo Dilma Rousseff (PT), mas defender sua manutenção no cargo. No dia 15, uma manifestação nacional organizada por ativistas do Facebook vai pedir o impeachment da presidente e do vice-presidente Michel Temer (PMDB). O grupo pretende se manifestar também nos dias 11 e 13.
Na rua
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Leia a matéria completaEncontros entre esses dois grupos já resultaram em violência na semana passada. Militantes antipetistas foram protestar em um ato em defesa da Petrobras, organizado pela CUT. Os dois lados trocaram socos e insultos. É possível que novos encontros ocorram, especialmente na sexta-feira – quando os dois lados vão às ruas em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília.
Volta à esquerda
Apesar de sua ligação com o PT, partido da presidente, a CUT deve protestar contra as recentes medidas de austeridades propostas pelo governo federal. “A Dilma precisa governar pelo projeto pelo qual foi eleita. Hoje, ela governa em cima de outra pauta”, afirma o vice-presidente da CUT no Paraná, Márcio Kieller. Para ele, a pressão dos trabalhadores precisa se contrapor às pressões que o empresariado faz sobre a condução da macroeconomia do país– o que explica essa manifestação contra um governo que a instituição ajudou a eleger.
Além da crítica à pauta escolhida por Dilma, o movimento deve defender a reforma política, especialmente o fim do financiamento privado de campanha, e o respeito à democracia. Haverá no ato, também, a chamada defesa da Petrobras. “Quem cometeu ilegalidades tem que ser investigado, julgado e punido. Mas a gente não pode ignorar que [a corrupção na estatal] é um processo sistêmico”, afirma, defendendo a necessidade de investigar atos de corrupção anteriores ao governo do PT.
A Dilma precisa governar pelo projeto pelo qual foi eleita.
Impeachment
Já Marcello Reis, da página do Facebook Revoltados On-Line, diz que seu movimento vai pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer. “Eles transformaram Brasília em uma grande pizzaria, temos até o pizzaiolo-geral, que é o [procurador-geral da República Rodrigo] Janot”, afirma. Janot foi o responsável pela abertura dos inquéritos contra os 54 políticos anunciados nesta sexta-feira.
Ele nega defender a intervenção militar no país, e diz que isso pode ser atribuído a “petistas infiltrados” no movimento. “Estamos focados no impeachment, pelas vias legais”, afirma.
Além da manifestação geral no dia 15, o grupo deve protestar em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro nos dias 11 e 13. Ele reclama que a CUT não tem autorização para protestar em São Paulo no dia 13, mas seu grupo, sim. “Não adianta a CUT e o MST vir aqui bater lata que eles vão tomar é lata na cabeça”, afirma. Ele diz ainda que vai processar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se ele “vier com provocações”.
Curitiba
Em Curitiba, as duas manifestações estão previstas para a semana, ambas na Praça Santos Andrade, no Centro da Cidade. No dia 13, a manifestação é organizada pela CUT; no dia 15 o protesto é pelo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
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