EXPEDIÇÃO SAFRA 2018/2019 – CHAPECÓ-SC – Flávio Fonseca da Rosa, agricultor e produtor| Foto: Michel Willian/Gazeta do Povo

Com um orçamento de R$ 30 milhões, garantidos pelo Tesouro do Estado (espécie de caixa geral do governo), a Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) lançou o Coopera Paraná. O projeto está sendo encarado como um ponto de virada nas relações entre a agricultura familiar e iniciativas que apoiem a busca por novos modelos de empreendedorismo, ampliação de mercados e geração de mais receita para esses produtores rurais.

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A estratégia para incrementar o programa é trabalhar diretamente com agricultores familiares vinculados a cooperativas, o que explica o nome do projeto. O edital de chamamento 001/2019 para a apresentação de projetos que vão integrar o Coopera Paraná está disponível para consulta no site da Seab (www.agricultura.pr.gov.br).  As inscrições, através dos 23 núcleos regionais da secretaria, poderão ser feitas até o dia 19 de setembro. Os recursos serão liberados com juros mais baixos do que os praticados pelo Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

“O foco é trabalhar com as cooperativas, no fortalecimento da assistência técnica dessas organizações no prazo de quatro anos. De forma complementar, o projeto quer prestar apoio financeiro, acesso a novos mercados  e desenvolver a educação cooperativista”, afirmou à Gazeta do Povo o engenheiro agrônomo Jefferson Vinícius Meister, coordenador do Coopera Paraná.

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Um comitê gestor com as principais entidades que atuam no campo, como organizações ligadas aos cooperados, instituições financeiras de fomento do crédito e do poder público, irá gerir o Coopera Paraná nos quatro anos de duração do projeto. Entre os integrantes do comitê, está a própria Seab, Instituto Emater, Ocepar/Sescoop e Unicafes (União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária).

A expectativa é que sejam apresentados entre 100 a 150 projetos envolvendo diretamente 40 mil agricultores familiares vinculados a cooperativas, quase um terço desse perfil de mão obra que atua na agricultura familiar.

O valor máximo que cada cooperativa poderá captar será de R$ 420 mil. Os recursos, de acordo com o edital, vão precisar ser direcionados para projetos coletivos, como por exemplo,  investimentos para erguer ou reformar construções da propriedade, aquisição de máquinas e melhoria da eficiência tecnológica e recuperação de áreas.

Envolvimento das cooperativas

A ideia de envolver as cooperativas passou pelo poder de capilaridade delas junto ao meio rural, desde a mobilização dos associados até a negociação com parceiros no fornecimento de insumos e concessão de crédito. “É preciso potencializar as ações do Estado quando se atua via as cooperativas. Nas cooperativas, os agricultores conseguem reduzir custos, aumentar poder de barganha para fechar contratos, divisão de custos operacionais, reduzir intermediários e ter acesso a políticas públicas”, explica Meister.

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