Em Bom Retiro, município do centro-sul de Santa Catarina, com cerca de 9 mil habitantes, a cebola é a principal fonte de renda de muitas famílias. O produtor Jaison Jailson dos Santos, tem 26 anos e cresceu vendo os pais plantar essa cultura. São 24 hectares de cultivo. “Eu até pensei em fazer faculdade de agronomia, mas eu gosto muito de onde moro não penso em sair daqui”, comenta o jovem agricultor.
De acordo com informações divulgadas pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), o Estado é o maior produtor de cebola do Brasil. Mais de 8 mil agricultores plantam o bulbo (espécie de raiz) em uma área de aproximadamente 18 mil hectares, com uma colheita anual de cerca de 500 mil toneladas. Em receitas, a cultura movimenta cerca de R$ 370 milhões anuais no Estado.
Jaison é casado com Laura Rassuweiler Fernandes, 22 anos. “Em 2013, quando a gente namorava, ela vinha ajudar na propriedade, na época de plantar”, diz Jaison. “Eu sempre gostei de sítio, então está sendo fácil de lidar na propriedade”, afirma Laura.
Mesmo já trabalhando e tendo renda, o casal contratou um programa de crédito fundiário. O dinheiro extra possibilitou a compra de um terreno de 9 hectares para expandir a plantação de cebola. “Eu trabalho com meus pais e isso aqui vou dividir com meus irmãos. Como eu casei, preciso ter minha fonte de renda para sustentar minha família”, diz Jaison.
Na safra 2018/2019, foram produzidas 55 toneladas de cebola em 2 hectares e meio. Para 2020, o casal já plantou quatro hectares e espera produzir 120 toneladas, com a esperança de um clima melhor. A família revende a produção para outros municípios da região.
O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Bom Retiro, Virgínio Moretti, informa que da agricultura familiar são cerca de 700 famílias no município, com 30% produzindo em média 20 mil toneladas de cebola. “É uma tradição aqui em Bom Retiro o pequeno produtor cultivar a cebola. A produção é vendida para atravessadores em outras regiões aqui perto. São Paulo e Rio de Janeiro são os Estados compradores.”