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Painel sobre Agricultura Familiar no 7º Fórum de Agricultura da América do Sul
Painel sobre Agricultura Familiar no 7º Fórum de Agricultura da América do Sul| Foto: Jefferson Zapelaro

A agricultura familiar foi tema de debates no 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, realizado pela Gazeta do Povo em Curitiba. Na questão social ou econômica, o setor estará cada vez mais presente na economia brasileira como fonte estratégica de controle da inflação, fixação de profissionais e famílias no campo e na segurança alimentar, apontaram os especialistas convidados a debater no evento o tema “Produção Familiar, a revolução silenciosa e sustentável da agricultura brasileira”.

“Nossa agricultura familiar precisa ter visibilidade e o Fórum cumpre um importante papel de apoio a um setor que tem contribuições diversas para a economia e a realidade social de um país de muitos contrastes, como o Brasil”, destaca um dos debatedores, Kleber Santos, responsável pela Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Agronomia (CCEAGRO), ligada ao Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia).

Outro debatedor, Luiz Gusi, secretário de Segurança Alimentar e Nutricional de Curitiba, aponta o setor como estratégico na questão da sustentabilidade, tanto do ponto de vista da produção e do consumo, como da proteção dos recursos naturais existentes nestes modelos de propriedades.

Gusi destacou que o setor de compras governamentais tem na agricultura familiar de Curitiba e região metropolitana um fornecedor estratégico. Só em Curitiba, 170 mil crianças são atendidas com a merenda escolar servida nas unidades educacionais da rede municipal de ensino. O setor também é responsável pelo fornecimento de produtos para os Armazéns da Família, centros de venda de produtos da Prefeitura que praticam preços abaixo do mercado comum.

O mexicano Rafael Zavala, representante da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) no Brasil, que também participou dos debates, observa que a agricultura familiar brasileira tem potencial para suprir necessidades de outras nações no setor de frutas. Ele chamou a atenção que nesse setor, a agricultura familiar já reúne condições de atender consumidores voltados ao chamado consumo saudável, envolvendo produtos agroecológicos. O representante da FAO diz que esse mercado está mudando, exigindo outras frutas, além do já tradicional suco de laranja exportado pelo Brasil há décadas.

Novas políticas

Para o ex-secretário estadual da Agricultura Valter Bianchini, atual representante da FAO na região Sul do Brasil, a agricultura familiar se apresenta como alternativa viável para apontar, num momento de incertezas, novas políticas públicas.

“As políticas agrícolas atuais estão estabilizadas. Precisamos que o setor crie novas condições, e a agricultura familiar tem esse potencial, por causa da diversificação. Existem soluções, precisamos apoiá-las. Eventos como o Fórum de Agricultura são importantes para trazer destaque e debater novos conceitos e soluções para a agricultura como um todo”, diz Bianchini, que acompanhou os debates no painel “Produção Familiar”.

O 7º Fórum de Agricultura da América do Sul aconteceu no Museu Oscar Niemeyer, na capital paranaense, nos dias 5 e 6 de setembro.

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