Pitaya tem atraído muitos consumidores que desejam perder peso, pelo seu baixo valor calórico e alto teor de fibras.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
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Você sabe o que é saudabilidade? Se durante o lanche de hoje, quando sentiu fome, escolheu uma fruta ao invés de um produto industrializado essa prática já está presente em sua vida. A busca por uma alimentação mais saudável tem motivado os consumidores a procurarem produtos da agricultura familiar, como as frutas orgânicas. De acordo com pesquisa da Organis (entidade setorial dos orgânicos e reúne empresas, produtores e fornecedores brasileiros), realizada em 2019, 19% dos brasileiros já consumiram produtos desse tipo, 23% somente no sul do país.

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Dentro desse cenário, novas frutas têm ganhado espaço no mercado, entre elas a pitaya. Rica em vitaminas C, D, complexo B e minerais, o fruto tem se popularizado cada vez mais no Brasil. Um dos motivos é que a pitaya auxilia na redução de peso, por ter baixo valor calórico e alto teor de fibras, diminuindo assim o apetite.

O norte pioneiro do Paraná também entrou na “febre da pitaya”, incentivado por ações da Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) e do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) que cederam mudas para alguns produtores da região de Umuarama. Um deles é José Domingues Gonçalves, que tem uma propriedade familiar no distrito de Serra dos Dourados e já tem encontrado bons rendimentos com o cultivo da fruta.

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Em sua propriedade, José Domingues cultiva seis tipos de pitaya: melhorada, vermelha, branca, israel, cerrada e nicarágua. O cultivo começou em 2018, com a primeira colheita em 2019 rendendo 80 kg. O produtor tem expectativa de colher mais de 100 kg nesse ciclo, tendo conseguido vender o produto em torno de R$ 6,50 o quilo.

“A pitaya há dois, três anos estava cotada a R$ 30, R$ 40 no mercado interno. Tinha um valor muito alto porque não tinha produção e também não tinha consumo. Aqui na cidade, por exemplo, temos três produtores e isso aumentou a oferta e o preço foi para o seu padrão, chegando de R$ 10 a R$ 12 no varejo. Dessa forma ela vai ter um melhor mercado e a população começa a consumir a pitaya como outras frutas exóticas, a exemplo do kiwi”, explicou o técnico da Emater Gilmar Antonio Pauly.

Parcerias auxiliam a escoar a produção

Um dos principais problemas da agricultura familiar é conseguir colocar seus produtos dentro do varejo. Mas em Umuarama, a Cooperu (Cooperativa dos Produtores Rurais de Umuarama) criou um sacolão para disponibilizar as frutas, legumes e verduras desses produtores a preços competitivos para os consumidores da região.

José Domingues consegue vender maracujá e pitaya diretamente para a população por meio de um sacolão criado pela Cooperu. | Foto: Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

No caso de José Domingues, o produtor também cultiva maracujá e consegue escoar sua produção no sacolão da cooperativa. Outra forma de comercialização das frutas é por meio de programas públicos como a merenda escolar, que dão preferência para compra direta com agricultores familiares em todo Brasil. A partir do próximo ciclo, Domingues também irá colher banana e mamão, com mudas doadas pela Emater e Iapar.

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Outra parceria importante para José Domingues é com a Prefeitura de Umuarama, que fornece para o produtor esterco de galinha. O material é base para Domingues fazer compostagem para adubar sua plantação. Esse composto orgânico e o potássio adicionado direto nos frutos tem aumentado a taxa de BRIX (quantidade de açúcar na fruta), medida que garante a qualidade das frutas no mercado.

“Antigamente antes da assistência técnica era muito difícil. Ter esse apoio da Emater e do Iapar é muito importante. Essas conversas com os técnicos auxiliam na chegada de informações importantes para a produção. Até porque meu problema nunca foi a venda para o mercado, nisso sempre fui muito bem”, pontuou Domingues.

O principal problema que aparece no futuro para José Domingues é algo comum entre agricultores familiares de todo Brasil. A sucessão familiar. Domingues e a esposa Raimunda são casados há 48 anos e trabalham na propriedade, mas os três filhos do casal não têm planos para continuar a atividade da família. “Tenho que respeitar a ideia do que os filhos quiserem, mas por enquanto vamos tocando a propriedade enquanto der”, finalizou o produtor.

José e Raimunda trabalham na propriedade, mas seus três filhos não deram indícios de continuar a atividade da família. | Foto: Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

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