O Ministério da Agricultura (Mapa) confirmou ontem a prorrogação da campanha de vacinação contra a aftosa no Paraná, que irá até dia 12. O prazo havia vencido dia 31 de maio, mas a Secretaria Estadual da Agricultura (Seab) teve de pedir mais tempo porque pelo menos 200 mil cabeças de bovinos e bubalinos ainda não foram imunizadas. O problema ocorre num momento em que o estado tenta se tornar área livre da doença sem vacinação, a partir do segundo semestre.

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Perto de 4,4 milhões de animais com até 24 meses devem ser vacinados nesta campanha. A meta da Seab é atingir 100% de vacinação, mas o índice estaria abaixo de 95%. Segundo o coordenador da campanha, o veterinário da Seab Walter Ribeirete, houve falta de medicamento no comércio especializado, tanto de frascos de 10 doses como de 50. Na campanha de maio de 2009, quando também foram vacinados animais de até 2 anos, faltaram frascos menores. A campanha foi prorrogada por uma semana nas regiões mais atrasadas e chegou-se à cobertura de 96,59%, conforme a Seab.

Conforme avaliação do Mapa, o Paraná enfrenta falta apenas de frascos de 10 doses. O ministério atribui o problema à procura por lotes menores – num ano em que parte do rebanho não precisa ser vacinada – e informa que há sobra de frascos com 50 doses. O custo da vacina é de aproximadamente R$ 1,50 por dose. A parte não aproveitada vai para o lixo.

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Ao todo, 20 estados e o Distrito Federal realizaram campanha contra a aftosa durante maio. Apenas Paraná e Piauí estão prorrogando a vacinação. Além do Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Espírito Santo também vacinaram só animais com até 24 meses. Até ontem, esses três estados não tinham solicitado prorrogação da campanha, segundo o Mapa. O país está imunizando 153 milhões de cabeças de gado – 80% do rebanho nacional.

Os pecuaristas dizem que o anúncio de que o Paraná poderá se tornar área livre da aftosa sem vacinação, feito às vésperas da campanha, causou a falta de vacina. O comércio teria comprado só o necessário para imunizar os animais de até 24 meses, para não ficar com produto em estoque. Mas para muitos pecuaristas é mais fácil vacinar todo o rebanho do que separar o gado por idade. Assim, a procura foi maior que a prevista, relata o presidente da Associação dos Produtores de Bovinos de Corte, José Antonio Fontes. "A falta de informações e de planejamento gerou insegurança e provocou essa situação."

A campanha é considerada decisiva para que o Paraná chegue ao status de área livre sem vacinação. O estado terá de passar ainda por auditoria do Mapa mostrando que pode evitar a doença com vigilância nas fronteiras e monitoramento interno. Mais de 370 dos 399 municípios têm conselhos de sanidade agropecuária que, entre outras atribuições, devem colaborar com os cerca de 400 servidores estaduais ligados à saúde animal.

Depois da campanha de vacinação, a Seab deve fazer uma varredura em seus dados para localizar propriedades suspeitas de não imunizar o gado. A multa por animal não vacinado é de R$ 91,05.