Cascavel O sistema cooperativo comemora este mês 25 anos da produção de aves no Paraná. A entrada das cooperativas no setor deu impulso à agroindústria e transformou o Oeste do estado em líder na produção de frangos, com abate atual de 1,2 milhão de cabeças/dia. A cada quatro frangos vendidos nos supermercados brasileiros, um sai das granjas da região. Ao todo são sete frigoríficos, sendo cinco de cooperativas. Segundo o Sindicato e Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar), o setor emprega de maneira direta e indireta 550 mil pessoas.
A verticalização da produção regional foi promovida pelas cooperativas, motivada em parte por um empreendimento da Sadia, maior empresa do setor de alimentos do país, que em 1979 foi a primeira a instalar um frigorífico de frangos na região, no município de Toledo. Na época, a empresa inaugurou o sistema de integração com os produtores rurais. O modelo seria, mais tarde, seguido pelas cooperativas, numa inicitiva pioneira da Copacol, de Cafelândia, que inaugurou seu abatedouro em maio de 1982.
Depois vieram a Coopavel (Cascavel), CVale (Palotina), Lar (Medianeira) e Coopagril (Marechal Cândido Rondon). Juntas, elas abatem cerca de 740 mil aves/dia. "A avicultura revolucionou a economia do Oeste porque trouxe a oportunidade de diversificação à propriedade rural e a manutenção dos agricultores no campo", diz o presidente da Copacol, Valter Pitol. De acordo com Pitol, a atividade também permitiu o crescimento da cooperativa, que iniciou abatendo 72 mil frangos/dia. Atualmente a empresa abate 270 mil aves/dia e está investindo R$ 60 milhões para ampliar a produção para 330 mil unidades/dia, no próximo ano.
Competitividade
Para o presidente da Coopavel, Dilvo Groli, a avicultura da região tem pela frente muitos desafios impostos pelo mercado, consumidores e eficiência do setor. Entre os mais relevantes apontados pelo líder cooperativista estão o aperfeiçoamento da genética, redução dos custos da cadeia (aviário, indústria e distribuição), segurança sanitária e produção de forma integrada ao meio ambiente.
Ele também aponta a busca de mais competitividade em toda a cadeia, desde o aviário, de forma que cada família rural tenha condições de criar no mínimo 30 mil aves por lote, chegando a 200 mil aves por ano. Grolli não tem dúvida que o segmento pode avançar ainda mais e consolidar o Brasil no mercado internacional de carne de frango. O dirigente diz, ainda, que é preciso melhorar o sistema de transporte do produto industrializado, com uso ferroviário, para redução de custo consumidor/importador.