Braun já pegou dinheiro do Pronaf duas vezes. Só para a leiteria foram R$ 80 mil, revela. "O dinheiro é barato. O problema é que falta flexibilidade para o pagamento. Independente de eu conseguir obter lucro com o negócio, preciso quitar a parcela na data estipulada, em uma só vez", afirma.
Por enquanto, a leiteria tem alcançado bons resultados. Com o preço atual do leite em R$ 0,80 centavos por litro, Braun consegue pagar os R$ 0,55 centavos de custo e guardar o restante para honrar o compromisso no banco. A captação diária tem ficado ente 700 e 750 litros e representam 70% da renda.
O agricultor pertence a uma família de nove irmãos e apenas dois decidiram continuar na atividade iniciada por seus pais. Embora consiga equilibrar as contas trabalhando em três atividades (grãos, leite e suíno), o produtor conta que pensa em desistir constantemente, principalmente quando só consegue cobrir os custos. "Além da dificuldade para conseguir mão-de-obra, precisamos investir sempre, e sem saber se teremos retorno. É preciso ter muita coragem para encarar as oscilações do mercado", avalia.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Brasil tem 4,5 milhões de estabelecimentos rurais familiares. Com mais de 400 mil unidades, o Paraná é o estado com maior número de agricultores registrados nessa categoria.