A agricultura afrouxa os nós de antigas amarras no Sul e no Centro-Norte do país num ano em que a produtividade e a renda formam um cenário próspero para a produção, mostra a edição de hoje do Caminhos do Campo, com reportagens da Expedição Safra Gazeta do Povo. Enquanto o Rio Grande do Sul tenta ampliar a produtividade, o Maranhão promete avanço no embarque de grãos ao exterior.
O que os agricultores gaúchos fazem ao buscar mais rendimento depois de ficarem na lanterna em volume de soja por hectare não é só olhar para frente. Enquanto buscam novas tecnologias, efetuam também o dever de casa, melhorando o manejo.
Do outro lado do país, no Maranhão, um dos principais entraves logísticos estaria com os dias contados. Simultaneamente às obras ferroviárias lentas, mas irreversíveis , o projeto de implantação do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) no Porto de Itaqui deve ser aprovado ainda neste semestre pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários.
Nos dois casos, trata-se de problemas há muito tempo conhecidos, mas nunca enfrentados como agora. As soluções podem chegar efetivamente no longo prazo, não tão rápido quanto se espera, mas o que acontece neste momento determina o caminho da produção em regiões de peso para o agronegócio brasileiro.
Uma região estimula a outra a seguir adiante. Nessa disputa, a logística do Sul pode ser inclusive superada pela nova fronteira agrícola. E o gaúchos, com variedades que prometem mais de 4 mil quilos de soja por hectare, mostram ter condições para deixar as médias de produtividade alcançadas nos estados do Maranhão, Tocantins Piauí e Bahia para trás.
A corrida por ampliação dos resultados na lavoura e fora dela ganha sentido não apenas em safras com clima e preços favoráveis como a atual. Faz parte de uma estratégia de sustentabilidade, que prepara o setor para atravessar também os anos difíceis com menos traumas.