A recente alta no preço do milho estimulou produtores a investirem no plantio do cereal na segunda safra, que vai de janeiro a março. Só no Paraná, a área de plantio registrou um aumento de 7% e deve fechar a safra 2015/16 em 2,06 milhões de hectares, bem acima dos 1,93 milhão semeados na temporada passada.
No entanto, as chuvas no início do ano preocupam os produtores, especialmente no Norte e Noroeste do estado. Mesmo com o plantio adiantado em comparação à safra passada, a preocupação dos produtores destas regiões fez com que a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) solicitassem ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) uma extensão na janela de plantio. “Ainda faltam cerca de 30% de área a ser plantada, com atrasos no Noroeste e Norte. Como o prazo no Oeste já encerrou no dia 28 e nos outros municípios termina no dia 20 de março, precisamos prolongar a janela para conseguir garantir aos produtores os benefícios do seguro e do crédito rural”, explica o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra.
A Ocepar pediu uma prorrogação de 10 dias para todo o Paraná, mas o Mapa já garantiu que isso está fora de cogitação e que, no máximo, vai ampliar o calendário para as cidades em que o prazo ainda não se encerrou. “Se os produtor já comprou sementes, ele vai acabar plantando mesmo fora da janela e correndo os riscos de clima adverso. Em um mercado de escassez de milho e preços altos, precisamos ter mais área para regular a oferta e demanda”, diz Turra.
Com cerca de 80% da área de milho plantada até esta semana, o analista do Departamento de Economia Rural (Deral) Edmar Gervásio afirma que o plantio no Paraná está adiantado em comparação à safra passada. “Estávamos com 63% de área plantada no mesmo período do ano passado. Temos atrasos por causa do excesso de chuva, sim, mas são casos localizados e, com tempo bom, os produtores mais mecanizados encerram o plantio rapidamente”, completa.