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Agricultores voltam a se queixar de herbicida da Monsanto

Comprada pela Bayer por US$ 66 bilhões. A nova dona anunciou que abolirá a marca Monsanto até o mês de agosto. | JULIETTE MICHEL/AFP
Comprada pela Bayer por US$ 66 bilhões. A nova dona anunciou que abolirá a marca Monsanto até o mês de agosto. (Foto: JULIETTE MICHEL/AFP)

Agricultores que cultivam lavouras convencionais nos Estados Unidos voltaram a se queixar de que o dicamba, um potente herbicida fabricado por Monsanto, Basf e DowDuPont, está se espalhando para campos vizinhos. No ano passado, essas reclamações levaram alguns Estados a endurecer as restrições à aplicação do dicamba.

A Monsanto diz que, desde então, treinou mais de 94 mil agricultores e aplicadores sobre como usar o herbicida de forma segura. Neste ano até agora, a linha direta da companhia para questões relacionadas ao dicamba já recebeu 156 queixas de danos em lavouras.

A média de reclamações é parecida com a de 2017, embora a área semeada com variedades de soja e algodão resistentes ao herbicida tenha quase dobrado em relação ao ano passado.

Comprada pela Bayer por US$ 66 bilhões. A nova dona anunciou que abolirá a marca Monsanto até o mês de agosto.

Câncer

A evidência de que outro herbicida, o Roundup, um dos mais usados do mundo, pode causar câncer parece “fraca”, mas ainda é possível que especialistas afirmem isso em julgamento, determinou um juiz dos EUA nesta semana.

A decisão do juiz Vince Chhabria permite que centenas de processos contra a Monsanto sigam adiante. As ações judiciais de vítimas de câncer e suas famílias alegam que o gigante agroquímico sabia há muito tempo sobre o risco de câncer do Roundup, mas não avisou a eles.

Muitos órgãos reguladores do governo rejeitaram uma ligação entre o câncer e glifosato, base do Roundup. A Monsanto negou essa conexão, dizendo que centenas de estudos estabeleceram que a substância é segura.

Chhabria disse que a evidência, “vista em sua totalidade, parece muito equivocada para apoiar qualquer conclusão firme de que o glifosato cause câncer”. Ainda assim, o juiz disse que as análises dos especialistas apresentados por advogados das vítimas de câncer e suas famílias não são totalmente descartáveis, e não deveriam ser excluídas do julgamento. A Monsanto não fez comentários.

Antes de emitir sua decisão, Chhabria passou uma semana em março ouvindo testemunho de epidemiologistas. Beate Ritz, epidemiologista da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, testemunhou para os demandantes que sua revisão da literatura científica levou-a concluir que compostos à base de glifosato e glifosato, como o Roundup, podem causar câncer.

A Monsanto trouxe seu próprio especialista, Lorelei Mucci, epidemiologista do câncer de Harvard, que elogiou o estudo de 2017, mas chegou à conclusão oposta do Ritz.

O juiz disse que “a única conclusão razoável possível a essa altura é que ainda não se sabe se o herbicida causa ou não câncer”.

A Monsanto desenvolveu o glifosato na década de 1970, e o herbicida agora é vendido mais de 160 países. O herbicida foi submetido a um escrutínio crescente após a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, que faz parte da Organização Mundial da Saúde, classificá-lo como um “provável carcinógeno humano” em 2015.

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