Transformar o mundo brincando. Esse é o objetivo dos milhares de alunos e professores que participaram da edição de 2010 do programa Agrinho. Criado em 1996 pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR), o programa é uma ação de responsabilidade social que busca despertar a consciência de cidadania entre as crianças e jovens do meio rural. Na sua 15ª edição, com o tema "Trabalho e consumo", o projeto reuniu um "exército" de 1,6 milhão de pequenos cidadãos, além de 80 mil educadores de 8 mil escolas de todos os 399 municípios do Paraná, que inscreveram seus trabalhos no concurso. A premiação dos melhores projetos ocorre amanhã em Curitiba e deve reunir mais de mais de três mil alunos, professores no ExpoUnimed. Ao todo, a comissão organizadora do Agrinho recebeu 5,5 mil trabalhos e selecionou 115 finalistas. Os projetos da rede pública concorrem em cinco categorias: desenho (educação infantil e educação especial), redação (1ª a 8ª série), experiência pedagógica (professores), escola Agrinho e município Agrinho, além de dois finalistas da rede particular por categoria.

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Josiane Sueliny Davies, de 12 anos, aluna da 6ª série do Colégio Estadual Monsenhor Pedro Busko, no município de Paulo Frontin (Sul do Paraná), é uma das finalistas. Na sua redação, intitulada "A importância do agricultor", ela conta como é conviver com o preconceito ao trabalhador rural e diz que gostaria que a distância entre campo e cidade diminuísse. "As pessoas acham que a comida vem do supermercado. Não pensam em quem trabalha para produzir o alimento", observa.

Ela conta que a ideia de escrever sobre esse assunto surgiu depois que a professora de ciências mandou a classe ler uma revista em que o menino Agrinho, protagonista das histórias do material didático distribuído às escolas pelo Senar, vai à cidade visitar um primo. A identificação com as aventuras do personagem foi imediata e inevitável. "A gente sofre muito preconceito porque as outras crianças não gostam, nos ex­­cluem", conta Josiane. Segundo ela, dos 26 alunos de sua classe, somente "quatro ou cinco" são filhos de agricultores.

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"Quando a professora passa um trabalho, às vezes tenho dificuldade para fazer a tarefa porque não tenho computador e as outras crianças, da cidade, não nos aceitam no grupo. Acho isso errado", lamenta. Parte do problema de Josiane pode ser resolvido hoje. Se ficar com a primeira colocação no concurso Agrinho, ganhará o seu próprio computador. Mas o trabalho, garante a menina, está apenas começando.