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A expectativa é receber mais de 150 mil pessoas pessoas. Ao todo, são 800 empresas que participam da feira, numa área de 440 mil m2. | Divulgação Agrishow/Ofício da Imagem
A expectativa é receber mais de 150 mil pessoas pessoas. Ao todo, são 800 empresas que participam da feira, numa área de 440 mil m2.| Foto: Divulgação Agrishow/Ofício da Imagem

O Agrishow 2017 começou nesta segunda-feira (1°), em tom de recuperação. Depois de um faturamento de R$ 1,95 bilhão registrado no ano passado - que, à época, representou um crescimento de 2% -, a meta agora é avançar, consolidar o momento de recuperação que vive o setor e crescer entre 10% e 15% - ou seja, até R$ 2,24 bilhões - na 24a edição da feira, a maior em tecnologia da América Latina.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles, um dos organizadores do Agrishow, a retomada vem num ponto em que o campo chegou a ser desacreditado, por conta das denúncias da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. “Mesmo com tudo isso, o agronegócio mostrou sua força.”

O ministro da agricultura, Blairo Maggi, participou da abertura do evento. Entre os pontos abordados, ele falou do Plano Safra, em que trava uma batalha em relação aos juros, como adiantou o colunista da Gazeta do Povo Giovani Ferreira. “Nos anos anteriores, tivemos uma inflação mais alta e juros mais baixos, então o juro real foi negativo. Mas, desde 2016, isso mudou. Neste ano, com inflação mais baixa e taxas de juros mais altas, o juro real vai ser de 5%. Nesse cenário, o produtor não consegue ter renda, esse é o grande risco”, afirmou. O ministro disse que a semana será de negociações para tentar resolver o impasse, assim como a questão do Funrural. “Estaremos privilegiando os que não se precaveram? Pode até ser verdade. Mas não podemos penalizar assim o produtor”, acrescentou.

Crescimento, mas com ressalvas

Apesar do tom geral de otimismo, há uma compreensão de que, mesmo com a safra recorde de grãos (estimada pelo Agronegócio Gazeta do Povo em mais de 217 milhões de toneladas), a recuperação completa do setor, após o tombo na safra anterior, ainda não aconteceu.

Um dos segmentos que mais sentiu a quebra climática da temporada 2015/16, assim como o peso da crise econômica vivida pelo país, foi o de máquinas e implementos agrícolas. Apesar dos preços considerados baixos pelos produtores e da comercialização desaquecida das commodities, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) projeta um aumento de 15% nas vendas e 5% em mão-de-obra para 2017. “O consumo no mundo continua crescendo e, nesses próximos 90 dias, nós vamos ver um mercado climático muito forte, com a safra dos Estados Unidos sendo plantada e a safrinha aqui na América do Sul. É um momento forte de expectativa. Então temos que contar que se o consumo continuar crescendo, os preços devem se normalizar”, afirmou o presidente da entidade, João Carlos Marchesan.

Marchesan cobrou, ainda, uma mudança em relação ao formato do Plano Safra, sugerindo que o ideal seria um planejamento plurianual. “É preciso definir preços mínimos, para que o produtor possa se planejar”, opinou o dirigente. “O governo tem que parar de usar o câmbio como instrumento monetário, vendendo dólar para baixar a moeda americana, isso já puniu a indústria e está punindo a agricultura”, acrescentou.

Em relação aos financiamentos, o presidente da câmara de máquinas e implementos da Abimaq destacou que o setor negocia um complemento de R$ 200 milhões aos recursos liberados pelo PCA (Plano para a Construção e Ampliação de Armazéns), tendo em vista o acúmulo de grãos no mercado depois de safras cheias na América do Sul e nos Estados Unidos. “Temos um déficit de 50 a 70 milhões de toneladas em armazenagem, por isso trabalhamos por esse aporte para maio ou junho, não há outra saída”, ressaltou.

Ficha técnica

A 24a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow 2017) é realizada em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e vai até o dia 5 de maio. A expectativa é receber mais de 150 mil pessoas pessoas. Ao todo, são 800 empresas que participam da feira, numa área de 440 mil m2.

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