O segundo turno das eleições presidenciais argentinas traz expectativa de mudanças na relação do agronegócio com Buenos Aires. O setor briga há mais de uma década com o governo federal, contra a política agrícola que impõe cobrança de impostos sobre as exportações, embora esteja elevando a produção. Neste ano, as apostas são novamente de peso.
A soja está um terço plantada, conforme a Bolsa de Cereales, que prevê 19,8 milhões de hectares, com recuo de 1%. A projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) – referência no mercado global, é de incremento de 3,5%, a 20 milhões de ha, na Argentina. O que importa é que o país pretende passar de 55 milhões de toneladas novamente. Em dez anos, a produção cresceu 41%, avanço abaixo do global (45%) mas considerável.
É no milho que o setor mais amplia o volume colhido mesmo diante de conflitos com o governo. O plantio está lento e deve somar 2,72 milhões de hectares, com recuo de 20% ante a área de um ano atrás, aponta a Bolsa de Cereales. O USDA não vê variação e aposta de 3,2 milhões de hectares. Se superar novamente 25 milhões de toneladas, o volume do cereal será 62% maior que o de uma década atrás.