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Feira agropecuária reúne 80 mil pessoas até sábado na capital federa. | Fotos: Josa© Rocher/gazeta Do Povo
Feira agropecuária reúne 80 mil pessoas até sábado na capital federa.| Foto: Fotos: Josa© Rocher/gazeta Do Povo

Montada num terreno da Coopa dentro do Distrito Federal, a Agrobrasília deste ano está mostrando que o Cerrado brasileiro está mais ligado do que se imaginava à produção mundial de grãos – e não apenas por ser região estratégica para o abastecimento global. As tecnologias adotadas em volta da capital federal atraem especialistas de outros países que também possuem áreas tropicais, do México ao Chile, da África à Austrália.

Eles querem saber como o Brasil conseguiu fazer, em 30 anos, com que uma região de solo pobre -- que vai de Mato Grosso ao Maranhão -- passasse a produzir mais da metade das 120 milhões de toneladas de soja e milho colhidas no último verão. E relatam estratégias para ampliar a própria produção.

“As primeiras sementes que desenvolvemos aqui chegaram a 40 sacas de soja por hectare em 1980. Hoje as novas variedades alcançam 60 sacas sem irrigação”, compara o pesquisador da Embrapa Cerrado Sergio Abud da Silva. O plantio direto foi que abriu caminho para enriquecimento do solo, acrescentam os técnicos. “Nós estamos olhando para tudo. Muita coisa nos interessa desde o milho até as verduras”, disse um diplomata sul-africano, Buri Adiop.

As tecnologias podem ser adaptadas e, além de coletar informações, os pesquisadores estrangeiros expõem questões locais, como a regulamentação de transgênicos e o controle de pragas. Visitam áreas de produção de verduras orgânicas, legumes e de grãos. Acompanham análises macroeconômicas sobre o futuro da produção e da demanda por alimentos. E ainda expõem seus produtos.

A Colômbia trouxe a maior delegação. Com 50 pessoas, montou um estande para apresentar o departamento de Vichada, onde a savana lembra o Cerrado e a expectativa é produção grãos. Algodão, caju e cacau são culturas que mostram a semelhança do estado, situado no Nordeste colombiano, com o Cerrado.

Quando o ponto de ligação não é a atividade rural, o mercado fala mais alto. Preocupado com a falta de alimentos, o Japão mostra estar estimulando a produção de alimentos no Cerrado por acreditar no potencial da região para uma variedade maior de cultura, com expansão também das lavouras às frutas.

A grande vantagem brasileira é o próprio clima, apontou o ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli. "Enquanto regiões agrícolas dos Estados Unidos têm janela de duas semanas para plantar no período ideal, conseguimos cultivar até três safras por ano em áreas irrigadas." Em sua avaliação, o Cerrado ainda pode dobrar o cultivo, sem contar a expansão em produtividade.

 

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