A multinacional Bunge afirmou nesta quinta-feira que os negócios de açúcar e bioenergia do Brasil deverão ter uma melhora em 2016, destacando que o segmento já está em situação mais favorável ante o ano passado, considerando menores custos de produção devido à fraqueza do real frente ao dólar.
Em comentários por ocasião da divulgação de resultados, executivos da Bunge afirmaram que a safra 2016/17, a ser iniciada em abril do ano que vem, terá o Brasil como o produtor mais competitivo do mundo de etanol.
A empresa está entre as líderes no processamento de cana do Brasil, com oito usinas com capacidade combinada de aproximadamente 21 milhões de toneladas por ano.
A companhia citou que o câmbio deixou a produção de açúcar do país novamente com menores custos em dólar.
“A demanda por etanol no Brasil tem sido forte; o recente aumento dos preços da gasolina tem dado suporte aos preços do etanol; e a significativa desvalorização do real colocou novamente o Brasil em seu lugar de tradicional produtor açúcar de baixo custo no mundo”, afirmou o presidente-executivo Soren Schroder.
No acumulado do ano até setembro, as vendas de etanol hidratado aumentaram 42,2% no Brasil, para 13,14 bilhões de litros, o que tem incentivado alguns grupos a retomarem investimentos.
A Bunge, que no passado chegou a considerar a venda de ativos de açúcar e etanol, afirmou que está à procura de maneiras de reduzir a exposição ao setor, mas ainda leva tempo para que uma solução certa seja encontrada.
Segundo Schroder, o custo de produção de açúcar na nova safra está perto de US$0,12 por libra-peso, “bem abaixo” do valor obtido em negócios futuros, disse o executivo.
Nesta quinta-feira, o contrato de açúcar bruto na bolsa de Nova York para entrega em maio de 2016, quando a nova colheita já estará em andamento, está em cerca de US$ 0,14 por libra-peso.
“Eu diria que pela primeira vez, quando você olha para a safra futura, você consegue garantir margens razoáveis como produtor de açúcar e então a questão é realmente até que ponto o etanol vai acompanhar”, argumentou o presidente da Bunge, em teleconferência com analistas.
Apesar de ver melhoras na divisão sucroalcooleira, a companhia divulgou uma queda em seu lucro trimestral devido à fraqueza em seus negócios de açúcar, fertilizantes e alimentos e ingredientes.
O lucro líquido atribuível aos acionistas no terceiro trimestre caiu para US$ 229 milhões, ou US$ 1,56 por ação, contra US$ 284 milhões, ou US$ 1,90 por ação no mesmo período do ano passado.
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