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Polêmica

Cana-de-açúcar na Amazônia: nem a indústria aprova a ideia

“Os biocombustíveis e açúcar brasileiros não são associados a esse desmatamento. O PL pode manchar essa reputação e colocar em risco os mercados já conquistados”, defende a nota apoiada pela Unica, | Divulgação
“Os biocombustíveis e açúcar brasileiros não são associados a esse desmatamento. O PL pode manchar essa reputação e colocar em risco os mercados já conquistados”, defende a nota apoiada pela Unica, (Foto: Divulgação)

O projeto de lei do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) que libera o plantio de cana-de-açúcar em áreas da Amazônia Legal não está agradando nem mesmo o setor canavieiro.

A União da Indústria de Cana de Açúcar (Única) rejeita a proposta por considerar que traz riscos aos biocombustíveis e ao açúcar brasileiros no mercado internacional.

A entidade endossou um posicionamento da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, grupo que reúne o setor produtivo e organizações ambientalistas. O documento defende que se siga o Zoneamento Agroecológico da Cana, que determina áreas para novas usinas e exclui a expansão sobre biomas sensíveis, como Amazônia.

Para a Coalizão, o projeto de lei poderá causar uma pressão por mais desmatamento. “Os biocombustíveis e açúcar brasileiros não são associados a esse desmatamento. O PL pode manchar essa reputação e colocar em risco os mercados já conquistados”, escreve.

O senador Flexa Ribeiro questionou a crítica. “Interessante dizerem isso porque não mancha a imagem da soja nem do milho, que não são plantados nessas mesmas áreas”, disse. O parlamentar voltou a afirmar que o projeto prevê o plantio apenas em áreas degradadas da Amazônia. “Não derruba uma única árvore. O projeto visa a uma única coisa, que é gerar emprego e renda no nosso Estado, inclusive nas áreas de assentamento ”, acrescenta.

Votação adiada

Em função da polêmica, a votação do PLS 626/2011, que era prevista para esta terça-feira (27), foi adiada mais uma vez. De acordo com o presidente do Senado, Eunício Oliveira, o adiamento se deu em razão do baixo quórum em Plenário. Antes do debate e após reunião de líderes, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) havia prometido apresentar um requerimento para adiar a votação por 30 dias e obstruir a votação, se necessário.

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