A produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil na segunda quinzena de agosto recuou para 2,84 milhões de toneladas, informou nesta quarta-feira a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), destacando que o crescente foco das usinas no etanol poderá levar a uma produção do adoçante menor que a esperada inicialmente para a safra 2015/16.
A produção de açúcar no último período ficou abaixo do volume de 3,02 milhões de toneladas no mesmo período de 2014 e de 2,86 milhões na primeira quinzena do mês passado.
Enquanto isso, a fabricação de etanol atingiu 2,3 bilhões de litros na segunda metade de agosto, alta ante os 2,25 bilhões de um ano antes e 2,17 bilhões de litros na primeira quinzena do mês passado.
"Estamos com mais de 60% da safra concluída e a produção de açúcar continua com defasagem [acumulada] superior a 1,7 milhão de toneladas no comparativo com o ciclo anterior, indicando que a migração para etanol ao final da safra 2015/16 será superior àquela esperada no início do ano", disse em nota o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
A produção de açúcar ficou na borda inferior da faixa de projeções do mercado, de 2,84 milhões a 3,03 milhões de toneladas.
Na última quinzena, a moagem de cana somou 47,26 milhões de toneladas, dentro das expectativas do mercado de 46 milhões a 48,3 milhões de toneladas.
Acumulado
No acumulado da safra 2015/16, a produção de açúcar atingiu 19,2 milhões de toneladas, queda de 8,3% ante o mesmo período da temporada anterior. Já a fabricação de etanol está 3,15% mais alta, somando 16,65 bilhões de litros.
A moagem de cana totalizou 374,25 milhões de toneladas até o fim de agosto, praticamente o mesmo volume de 2014/15.
A Unica destacou, contudo, que especificamente em São Paulo -- principal estado produtor -- a safra continua atrasada em mais de 10 milhões de toneladas.
"Caso a moagem no estado não se recupere em setembro, é possível que o volume de cana bisada [que fica para a moagem na temporada posterior] aumente no final deste ciclo agrícola", disse Padua.
Clima
O clima mais úmido no Sudeste brasileiro em setembro tende a desacelerar a moagem de cana, que vinha sendo favorecida pelo clima seco em agosto.
Além disso, as chuvas deverão acentuar a produção de etanol, em detrimento do açúcar, já que em períodos mais úmidos a matéria-prima perde qualidade e fica mais difícil e caro produzir o adoçante.
"As chuvas observadas na primeira quinzena de setembro devem intensificar o mix de produção mais alcooleiro e dificultar o avanço da moagem", disse Padua.
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