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Embora esteja priorizando o etanol em detrimento ao açúcar, a indústria sucroenergética brasileira não deve encontrar alento nos preços de venda neste ano. No auge da colheita da safra 2015/16 o setor segue recebendo remuneração abaixo da esperada para o combustível. Conforme a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o principal entrave para as usinas são as vendas no mesmo ritmo da produção, sem que haja formação de estoques.

O alto endividamento do setor é considerado o vilão da história. “Esse pessoal [usinas endividadas] vai vender por qualquer preço, pouco importa. Ele vende na janta para tomar o café da manhã. Ele precisa de caixa, de dinheiro, precisa de financiamento, não tem como segurar estoque. Vende na velocidade da produção”, explica o diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues. Há um déficit de pelo menos R$ 0,30 por litro nas operações, argumenta.

Na visão do setor, o quadro só pode ser revertido com uma elevação dos preços da gasolina e uma redução dos impostos para o biocombustível. Em apenas seis estados o etanol é financeiramente mais vantajoso para o abastecimento.

590 milhões de toneladas de cana serão produzidas pelo Brasil nesta temporada, contra 571,3 milhões de toneladas em 2014/15. Todo o volume excedente deve ser direcionado para a produção de etanol, aponta a Unica.

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