Tuneiras do Oeste – Há cinco anos, a família Cruz, que mora na Estrada do Meio, em Tuneiras do Oeste (Noroeste do estado), chegou a pensar em vender o sítio de 18,5 hectares e mudar para a cidade. Mas a família entrou para a associação comunitária do bairro Aparecidinha e um projeto apresentado pela Emater mudou o destino de 20 pessoas. Surgiu o Engenho Santa Cruz, uma agroindústria familiar que produz derivados de cana-de-açúcar. O negócio se multiplicou e hoje é modelo na região, além de garantir a sobrevivência dos Cruz no meio rural, de onde eles não querem mais sair.

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Sebastião da Cruz é um dos principais responsáveis pelo engenho. Os doces produzidos pela família têm grande aceitação no mercado regional e toda a produção é facilmente comercializada. Cada um dos cinco irmãos tem uma função dentro do negócio.

Chegam a produzir 1.500 rapaduras de meio quilo em um dia de trabalho. Em outro dia, fazem 1.500 quilos de melado e, no outro, 1.000 quilos de açúcar mascavo.

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O carro-chefe é a rapadura, nas versões pura, de amendoim, mamão, ao leite, coco e gergelim. Elas são vendidas a R$ 1,50 no atacado e chegam ao consumidor por até R$ 2,50. O açúcar mascavo é entregue a R$ 3 e revendido, em média, por R$ 5 o quilo.

Desde a montagem do projeto, a família teve o auxílio da Emater. O técnico da instituição no município, Célio Tardin, diz que o Engenho Santa Cruz tende a crescer porque a família trabalha unida e está sempre atenta às novidades. Apesar das instalações rústicas da fábrica, há grande preocupação com higiene e limpeza. Quase toda a matéria-prima é obtida na propriedade.

Carlos Alberto da Cruz é o responsável pelas vendas. Ele entrega o produto em mais de dez grandes cidades do estado, incluindo Curitiba. No ano passado, foi à Feira Nacional da Agricultura Familiar, em Brasília. "Graças a Deus e à Emater descobrimos este projeto", diz Carlos, que já morou em Curitiba, mas sempre quis voltar para a zona rural.