O agronegócio não está imune às consequências da crise internacional e corre o risco de ter queda expressiva na renda em 2012, alertou a presidente reeleita da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que assumiu novo mandato de três anos nesta semana. Em sua avaliação, o adiamento da votação do Código Florestal para 2012 pela Câmara e os riscos climáticos oferecidos pelo La Niña à safra de grãos exigem que o governo federal amplie o apoio ao setor.

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Ela considera que boa parte do crédito tomado pelos produtores de grãos brasileiros depende de instituições financeiras da Europa. A seu ver, o governo deve usar reservas públicas para garantir financiamentos ao setor no próximo Plano Agrícola e Pecuário. Além do risco de aumento nos custos financeiros e de quebra climática, para ela, a implantação do Código Florestal pode reduzir a área produtiva em até 30 milhões de hectares, com impacto em toda a economia.

"Não podemos entrar com essa fragilidade na crise internacional", apelou. A presidente da CNA admite que para a implantação do Código Florestal – mesmo que o projeto seja sancionato até o dia 11 de abril, nova data limite, por ser o prazo para a averbação das reserva legal exigida pelo Código em vigor – serão necessários de três a quatro anos.

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Perto de 5 milhões de agricultores terão de se cadastrar no Ministério do Meio Ambiente. Suas informações deverão ser conferidas in loco ou por fotos de satélite para que as exigências sobre cada propriedade sejam definidas. "Na melhor das hipóteses, do ponto de vista da agropecuária, vamos perder de 10 a 15 milhões de hectares, e na pior, 30 milhões de hectares", avaliou.

Ela criticou a falta de investimentos em infraestrutura pelo governo federal. "O Brasil concentra 52% da produção de soja e milho no Centro-Norte (Centro-Oeste, Norte, Nordeste) e apenas 17% saem do país pelos portos do Norte. Mais de 80% são exportados por Santos, em São Paulo, e por Paranaguá, no Paraná, encarecendo o transporte e desgastando as estradas", argumentou. Em sua avaliação, os índices que apontam queda nas exportações são sinais de que a crise bate à porta do agronegócio.