Chicago (IL) - Representantes de diversos países discutem, a partir de hoje, nos Estados Unidos, como equilibrar a expansão da produção e o crescimento da demanda global por alimentos e energia. Começa nesta quinta o Agricultural Outlook Forum, fórum mundial da agricultura promovido anualmente pelo departamento de agricultura do país, o USDA, desde 1923. Com o tema "Estratégias de hoje, oportunidades de amanhã", o congresso vai debater o futuro do agronegócio e apresentar ao mundo as primeiras estimativas oficiais do governo norte-americano para a safra 2011/12 dos EUA.
Às vésperas do encontro, o USDA divulgou projeções de oferta e demanda para dez anos. O documento mostrou que, entre as quatro principais culturas dos EUA, a soja terá o menor incremento de área (0,4%) na próxima temporada. O plantio de algodão (18,5%), trigo (6,3%) e milho (4,3%) deve crescer às custas da oleaginosa. Os dados a serem apresentados hoje, mesmo dentro dessa tendência, tendem a mexer no mercado.
Pelo terceiro ano consecutivo, a Expedição Safra Gazeta do Povo participa do encontro com uma equipe de jornalistas e técnicos de entidades parceiras Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) para acompanhar as discussões.
Ainda que preliminares, as projeções feitas no Outlook Forum são aguardadas com muita ansiedade em todo o mundo agro, inclusive pelo Brasil. A expectativa é que sejam analisadas também as interferências dos conflitos no Egito e na Líbia, que fazem as cotações oscilarem. "Com altos e baixos, o produtor deixa de ganhar", afirma o produtor brasileiro Luiz Henrique de Geus, de Tibagi (Campos Gerais, Paraná).
Diante de altas generalizadas nas cotações nos últimos meses, o grande número a monitorar é o que mede a área total de plantio dos EUA, e não de uma ou outra cultura específica, considera Alvaro Ancêde, analista e corretor do The Laifa Group, de Lisle (IL). "Se o produtor norte-americano vai optar pela soja, pelo milho, pelo trigo ou pelo algodão, isso vai depender de fatores regionais como custo de produção, prêmio e frete, na hora do plantio", observa. A área total de cultivo precisa voltar aos níveis de 2008 para atender ao consumo mundial crescente, avalia.
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