Nos primeiros quatro meses do ano o agronegócio, mais uma vez, foi responsável pelo aumento das exportações paranaenses. Levantamento feito pelo Departamento de Economia Rural (Deral) aponta que a participação do setor representa cerca de 80% das receitas oriundas com as exportações totais do Estado.
No total, as exportações paranaenses geraram receita equivalente a US$ 4,86 bilhões, um aumento 10,7% em relação ao mesmo período de 2015, quando o Paraná gerou uma receita de US$ 4,39 bilhões. Do montante, US$ 3,88 bilhões são oriundos de produtos do agronegócio (US$ 440 milhões a mais que em 2015).
Segundo o diretor do Deral, Francisco Simioni, com a desvalorização do real frente ao dólar, os países da Europa, América do Norte e Oriente Médio passaram a ser grandes consumidores de produtos do agronegócio paranaense. “Isso reflete o grau de especialização, inovação e capacidade de agregação e valor conquistado pela cadeia produtiva”, diz Simioni.
A tendência, segundo ele, é que o volume de embarques continue positivo, aproveitando a vantagem comparativa do dólar frente o real. “Essa condição é determinante para a manutenção do nível dos empregos no Estado, pois movimenta toda a economia no que se refere à demanda por mão de obra, serviços, comércio local e indústria”, destacou.
Soja
O economista do Deral, Marcelo Garrido, explica que dos US$ 3,88 bilhões em receita de exportações do agronegócio, cerca de US$ 1,84 bilhão (61,2%) foram oriundos do complexo soja. No mesmo período do ano passado essa participação foi de 57,5%. No período, o volume exportado de soja registrou aumento de 74% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado. Foram 3,95 milhões de toneladas neste ano, mais da metade do volume exportado em todo o ano de 2015, que totalizou 7,8 milhões de toneladas.
O Paraná é o segundo maior produtor de soja do país e colheu 16,7 milhões de toneladas na safra 2015/16 que está sendo escoada na forma de grãos, óleo e farelo. Os principais países compradores de soja em grão são China, Espanha, Tailândia e Irã. No ano passado as exportações de soja em grão também foram 17% maiores em comparação com 2014, quando foram exportados um volume total de 6,62 milhões de toneladas.
O segundo maior produto da pauta de exportações do agronegócio paranaense são as carnes, lideradas pelo frango, no qual o Paraná é o maior exportador do Brasil. Segundo o Deral, no primeiro quadrimestre deste ano houve crescimento de 22% no volume exportado e de 6% no faturamento. Foram enviadas ao mercado externo 520 mil toneladas, com receita equivalente a US$ 721,1 milhões, contra as 437,8 mil toneladas e receita equivalente a US$ 710,9 milhões do primeiro quadrimestre do ano passado. Os principais destinos são a Arábia Saudita, China, Japão e Emirados Árabes.
O complexo florestal está em terceiro lugar com uma participação de 8,4% e o complexo sucroalcooleiro responde por 5,1% das exportações.
No milho, apesar do recuo, de 12%, nos preços médios de exportação, as exportações somaram 1,2 milhão de toneladas, um aumento de 96% em relação ao mesmo período do ano passado. “A tendência daqui para frente é reduzir as exportações do cereal, já que a produção da segunda safra paranaense, prevista em 12,4 milhões de toneladas, deverá ser canalizada para produção de aves, suínos e bovinocultura de leite, considerando que a oferta do produto será menor esse ano”, finalizou Simioni.
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