O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no Paraná fechou em queda de 2,4% no primeiro trimestre de 2016 comparado ao mesmo período do ano passado. Apesar do número ter sido negativo, o desempenho evitou que os números gerais do estado tivessem resultados piores. A média geral do PIB paranaense, no mesmo recorte, fechou em queda de 5,4%. Os dados são Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), divulgados nesta quarta-feira (1º).
A economista Tânia Moreira, da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), analisa que a queda trimestral teve tendência de redução mais suave do que no país, mesmo em um ano com problemas climáticos ocasionados pelo El Niño. “O desempenho do Paraná é melhor do que no Brasil no milho e na soja pela própria estrutura econômica, que é forte no estado”, diagnostica.
Tânia também aponta como fatores que ajudaram a segurar a queda do agronegócio a criação de empregos. Enquanto outros setores tiveram perda de 1.163 vagas em maio, o agronegócio teve um incremento de 317 postos de trabalho novos criados. “Temos ainda resultado de preços em reais que tem sido remunerador aos produtores, em despeito da queda dos preços internacionais”, completa.
Produção menor puxou PIB para baixo, diz presidente do Ipardes
Julio Suzuki Júnior, presidente do Ipardes, enfatiza que a metodologia do PIB é complexa e uma das suas características é que ela não leva em consideração a variável preços para o cálculo das taxas reais. Por isso, apesar de preços recordes de soja e milho, o recuo na produção dos grãos na safra de verão faz o resultado do PIB do agronegócio no primeiro trimestre ser negativo. “Um estado como o Paraná, quando tem uma frustração de produtividade, mesmo que não seja tão relevante, isso repercute na produção total”, analisa.
Júnior detalha que a soja teve queda de 0,8% no volume de produção no estado, passando de 17,2 milhões de toneladas em 2015 para 17,1 mi de toneladas 2016. No caso do milho, Júnior informa que na safra de verão a produção caiu 25,9%, de 4,6 milhões de toneladas para 3,4 milhões de toneladas. Já a pecuária como um todo teve saldo positivo – insuficiente para segurar a média no azul. A produção de suínos aumentou 20%, a de frangos 0,7% e a de bovinos apresentou queda de 5%.
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