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O desafio é definir a logística, com redução de custos para quem vende soja e compra adubo e, assim, pode contratar transporte de ida e volta usado o mesmo navio.

A Heilongjiang Inter­national Trading, por exemplo, com sede em Harbin, décima cidade da China, ao Norte de Beijing, foca no mercado externo sem deixar de lado misturadoras que atendem o interior do país.

A empresa entende de fertilizantes produzidos para a China, mas usa sua experiência para atrair novos clientes das Américas. Em casa, formula produtos a partir de análises de solo de diferentes regiões. Às vésperas de cada plantio, arma uma rede de 3 mil pontos de venda, conta o gerente de produção Hu Chun Ming. Quando recebe negociadores brasileiros, os executivos dispõem de diversas formulações, adequadas inclusive ao Cerrado, região do Brasil de solos pobres na comparação com os chineses.

Para acompanhar o desempenho de seus produtos, Hu Chu Ming precisa apenas caminhar alguns metros, a partir das unidades instaladas no meio de pequenas propriedades cultivadas com milho e soja. Já, para exportar, os negociadores precisam fazer planos pensando em períodos de pelo menos seis meses, pelas particularidades do sistema de embarque e da frota disponível. A importação de fertilizantes, que atualmente chega a 1,4 milhão de toneladas ao ano, tende a aumentar junto coma exportação de grãos.

A Expedição Safra Ga­zeta do Povo acompanhou uma rodada de negociações entre agricultores brasileiros e executivos chineses. Os visitantes confirmaram, na China, a possibilidade de o Brasil ampliar a importação de fertilizantes e tentam associar uma operação com o embarque de soja e milho a partir do Nordeste, onde a produção agrícola brasileira mais cresce. Conforme os empresários, o Brasil está dando um salto competitivo ao estruturar rodovias, ferrovias e portos do Centro-Oeste e do Nordeste e ao assumir uma parceria cada vez maior com o mercado chinês.

Feed and foodDemanda por ração vira termômetro do desenvolvimento

O crescimento da demanda por ração animal se tornou um termômetro da mudança nos hábitos de consumo da população chinesa. À medida que cresce a comercialização dos compostos usados na nutrição de suínos e aves, fica evidente também o aumento no consumo de carnes industrializadas.

Segundo relatório da Informa Economics, a demanda por ração na China cresceu 8,6% em cinco anos, intervalo em que o produto se valorizou 12,5%, acompanhando a evolução dos preços de matérias-primas como milho e soja.

O mercado da ração chinês alcançou o dos Estados Unidos ao passar de 160 milhões de toneladas em 2011. A União Europeia teve decréscimo, ficando abaixo de 120 milhões de toneladas, enquanto o Brasil tenta alcançar a casa de 60 milhões.

A previsão de que a China vai precisar de 200 milhões de toneladas de ração em 2015 indica que o consumo interno de carne deve ultrapassar rapidamente a casa dos 60 quilos por habitante ao ano. Ambas as variáveis, no entanto, dependem do crescimento da renda per capita para além dos US$ 6 mil anuais.

Para produzir 200 milhões de toneladas de ração, a China vai precisar ampliar as importações de soja em pelo menos 20% nos próximos anos, bem como as de milho, cuja produção tende a se manter na casa de 190 milhões de toneladas. O consumo de soja equivale a uma safra brasileira, cinco vezes maior que do pais asiático. Nos últimos cinco anos, o uso de farelo de soja aumentou de 32 milhões para 50 milhões de toneladas, outro indício da nova dimensão do mercado.

Maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, a China tem garantido o superávit da balança comercial brasileira. Na relação bilateral, a vantagem do Brasil mais que dobrou de 2010 para 2011, atingindo superávit de US$ 11 bilhões.

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