Embora a agropecuária comercial tenha reivindicado reajuste de 25% no orçamento do crédito rural, o governo federal deve anunciar nesta segunda-feira Plano Agrícola e Pecuário (PAP) com incremento mais próximo de 10%. Se o volume de recursos cogitado em R$ 150 milhões se confirmar e se houver elevação da taxa de juros, a segurança para o incremento do plantio de verão terá de vir do controle dos custos. A estratégia do agronegócio, de antecipar as compras de adubo, e o próprio câmbio, com o dólar na casa de R$ 2,20, estão evitando aumento maior nos gastos.
No caso da soja, os custos operacionais subiram 6,6% no Paraná, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral). No milho, o reajuste foi de 4,4% em um ano, mostram os indicadores mais recentes do órgão. Isso significa que, se a elevação do crédito for de 10%, ultrapassará o incremento das despesas. Porém, essa margem tende a ser consumida se houver aumento nos juros. No ano passado, o reajuste do PAP foi de 18% para o produção comercial, que passou a contar com R$ 136 bilhões. Na época, o juro padrão foi mantido em 5,5%.
Hipótese
10% de aumento no crédito rural, que tenta estimular a agricultura, representam incremento 3 pontos porcentuais acima da inflação registrada no custo operacional da soja. O agronegócio brigou nas últimas semanas contra elevação dos juros, para evitar anulação dessa margem.